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*Saúde na UTI: Walfredo Gurgel: desabastecimento, superlotação e sucateamento!

          Deu no nominuto
         É final de tarde no Walfredo Gurgel, o maior hospital do Rio Grande do Norte, especializado em atender urgência e emergência. Do lado de fora, as coisas parecem normais. Há poucas ambulâncias na frente do prédio e a recepção não está superlotada. Mas essa aparente normalidade para por aí. 
         Nesta quarta-feira (29), a reportagem do portal Nominuto.com percorreu vários setores, conversou com profissionais e ouviu pacientes sobre a situação deste estabelecimento de saúde. A constatação choca não pelo ineditismo, mas sim pela recorrência: crise de abastecimento de insumos, sucateamento da aparelhagem, falta de recursos humanos e doentes em macas acumulados pelos corredores.
         Dona Josefa Anália do Nascimento, 93 anos, está há dois dias no corredor e sofre com uma infecção pulmonar. Ela tem os pulsos presos à maca, se alimenta com dificuldade e está extremamente debilitada. A sobrinha que a acompanha, Maria de Fátima dos Santos, contou que não deram nenhuma previsão sobre quando a tia será transferida para a enfermaria.
        “Não tem vaga. É uma calamidade”, disse, em tom de desabafo. Além de dona Josefa, outros 32 pacientes dividiam espaço num dos corredores do hospital à espera de vaga na enfermagem.
       O presidente do Sinmed (Sindicato dos Médicos), Geraldo Ferreira, disse que a superlotação é um dos três  eixos que compõem o quadro caótico do Walfredo Gurgel. Os outros dois são a falta constante de material de trabalho e o quadro insuficiente de profissionais para dar conta da grande procura por serviços de saúde.
        “Há uma demanda excessiva, uma procura acima da capacidade que o hospital tem de prestar serviços.    Depois, vem o sucateamento da aparelhagem devido ao excesso de uso. Por fim, há o problema da crise de abastecimento. A carência de insumos é constante. Na anestesia, por exemplo, várias medicações são substituídas por outras mais baratas. Esses são os três focos que do problema que atinge o Walfredo Gurgel e se estende pelos outros hospitais do Estado”, denunciou.
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