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* Secretário vê motivação política para a manutenção de greve na UERN.

A greve de docentes e técnicos administrativos da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), que tem duração superior a 90 dias, tem componente político-partidário. Esse é o raciocínio do secretário estadual de Administração, José Anselmo de Carvalho. Segundo ele, a rejeição continuada das propostas enviadas pelo Governo do Estado à Associação dos Docentes da UERN (Aduern) e ao Sindicato dos Técnicos Administrativos da UERN (SINTAUERN) levam a essa compreensão. "O que surpreende é a questão da rejeição das propostas que o governo faz e, por isso, não descarto que (a greve) tenha influências partidárias", comentou Anselmo. Diante desse quadro, disse que não resta outra alternativa, que não seja o Estado entrar com uma ação na Justiça pela ilegalidade do movimento paredista. A ação, inclusive, será enviada ao Tribunal de Justiça no começo da próxima semana pela Procuradoria-Geral do Estado (PGE).
 
As suspeitas de ingerência partidária se devem ao fato da maioria dos militantes sindicais estarem ligados a partidos políticos que tendem a apresentar candidatos nas próximas eleições municipais. Como a UERN é sediada em Mossoró, o objetivo seria beneficiar nomes ligados ao PT e ao PSB. A análise exposta pelo secretário de Administração não incluiu esses partidos, mas, pelas posições tomadas por líderes políticos que têm interesse na Universidade, as especulações indicam que essa seria uma das metas do movimento paredista.
 
Para o secretário Anselmo Carvalho, a decisão dos sindicatos desobriga o Governo do Estado a evitar medidas consideradas drásticas. Disse que, mesmo com a posição da Aduern e do Sintauern, o Governo não fecha a porta ao diálogo, mas afirmou que é importante que o movimento paredista seja finalizado e que as atividades acadêmicas voltem à normalidade. "Não há mais o que conversar sobre propostas, já que os sindicatos rejeitaram. Mesmo assim, estamos abertos ao diálogo", disse, acrescentando: "o Governo entende que melhor seria o fim da greve e o retorno às atividades acadêmicas, aliada à continuidade do diálogo, mas os sindicatos entendem que não devem encerrar a greve para dialogar."
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