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* Jarbas Vasconcelos critica proposta do PT sobre regulação da mídia.

O senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) criticou ontem, na tribuna do Senado, a iniciativa aprovada pelo 4° Congresso Nacional do PT de ressuscitar o marco regulatório da mídia. Para ele, "é o nome pomposo para um verdadeiro tribunal da inquisição da comunicação que os petistas querem implantar no Brasil". Jarbas falou para um plenário que tinha um quórum de apenas cinco senadores, antecipando o recesso branco na Casa, na semana do feriado de 7 de setembro.
 
O senador disse "toda vez que algum malfeito petista aparece nas páginas dos jornais e das revistas", a cúpula do PT se apressa em defender a regulamentação da mídia. O senador fazia referência a uma reportagem da revista Veja que mostra ex-ministro da Casa Civil José Dirceu recebendo atuais ministros e parlamentares em um quarto de hotel em Brasília (DF). "O ex-ministro ficou indignado e acusou a revista de espionagem. O fato é que José Dirceu prefere agir - com sempre fez - nas sombras, incógnito, disfarçado, quase um personagem de filmes de espionagem ou de gângsteres, e agora exercendo o papel bem remunerado de consultor-geral da República", afirmou.
 
Para Jarbas, esse tipo de comportamento não combina mais com o Brasil dos tempos atuais. Ele citou levantamento da Associação Nacional dos Jornais (ANJ) mostrando o aumento no número de assassinatos de jornalistas no Brasil. "De agosto de 2010 para agosto deste ano, foram registradas cinco mortes em que há indício de ligação com a atividade profissional. No relatório anterior da entidade, que abrangeu um período de dois anos, foi registrado apenas um homicídio, e por motivos não relacionados à profissão", citou.
 
Outra questão grave, no entender do senador, é a expansão das censuras impostas a veículos de comunicação. "Nos últimos 12 meses, foram 12 casos, contra 19 nos dois anos anteriores", informou. Citou como exemplo mais grave a censura imposta ao jornal O Estado de S.Paulo, que há 766 dias foi proibido por um desembargador da Justiça Federal de São Paulo de publicar qualquer informação sobre o envolvimento do empresário Fernando Sarney em acusações de tráfico de influência no âmbito do Governo Federal. O envolvimento do filho do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), foi investigado pela Polícia Federal na "Operação Faktor".
 
Para o senador, se situações como essas acontecem agora, "há de se imaginar os riscos que corremos, caso o tal marco regulatório do PT seja aprovado. Teremos um Brasil no qual os aliados do governo serão tratados de forma diferenciada, pois não são pessoas comuns, para usar a expressão de Lula sobre o senador José Sarney", ironizou o senador.
Jornal de Fato.
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