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* Estudo revela que 77,6% do trabalho escravo se concentra no nordeste.

O estudo intitulado "Perfil dos principais atores envolvidos no Trabalho Escravo Rural no Brasil", realizado por pesquisadores do Grupo de Estudo e Pesquisa Trabalho Escravo Contemporâneo da Universidade Federal do Rio de Janeiro (GPTEC/UFRJ) confirmou, através de pesquisa quantitativa, a ligação entre o trabalho infantil e o trabalho escravo e sua a alta incidência na região Nordeste.
 
O estudo foi baseado em entrevistas realizadas com trabalhadores libertados em fazendas dos estados do Pará, Mato Grosso, Bahia e Goiás entre os anos de 2006 e 2007.
 
Segundo a pesquisa, cerca de 92,6% dos trabalhadores iniciaram suas atividades antes de completar 16 anos de idade. A idade média , para início da atividade laboral, foi de menos de 12 anos de idade, mas cerca de 40% dos entrevistados alegam ter iniciado suas atividades ainda mais cedo.
 
Outro dado importante revelou que, na sua maioria, os trabalhadores começam em atividades desempenhadas pelo núcleo familiar (69,4) com o objetivo de melhorar a renda e ajudar na criação de irmãos menores.
 
Além de demonstrar a relação de causa e efeito entre trabalho infantil e trabalho escravo, a pesquisa também revelou que as regiões com menores índices de desenvolvimento social estão mais sujeitas à ocorrência destes males.
 
Os dados revelam que 77,6% dos trabalhadores escravizados nasceram na região Nordeste. A maioria deixou sua cidade natal e migrou para outras localidades. Por falta de melhores oportunidades de emprego, foram alvos de proprietários rurais que buscam, no trabalho análogo ao de escravo, uma fonte de mão de obra barata.
 
A procuradora do Trabalho e coordenadora Regional da Coordenadoria Nacional de erradicação ao trabalho escravo, dra. Dannielle Christine Dutra de Lucena, aponta que os resultados da pesquisa da OIT são facilmente constatados nas inúmeras inspeções realizadas. 
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