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* Pecuaristas criticam incentivo.

O governo do Rio Grande do Norte suspendeu um incentivo financeiro à compra de carne bovina de outros estados -  como forma de facilitar o comércio do rebanho local e minimizar os efeitos negativos da seca para o criador de gado bovino potiguar. Contudo, na visão de representantes do setor agropecuário, a medida, embora tenha sido pleiteada em outras ocasiões, não  surtirá o efeito esperado e ainda traz risco de elevação de preços da carne para o consumidor final.

A mudança proposta para minimizar os prejuízos da seca e priorizar a compra da carne bovina produzida no estado - isenta de ICMS, consta no decreto número 22.691, publicado no Diário Oficial de ontem. O decreto altera os efeitos do programa de Apoio ao Desenvolvimento Industrial do Rio Grande do Norte (Proadi), para as empresas importadoras do produto de outros estados, que terão que pagar o ICMS antecipado.

A medida, entretanto, "desconsiderou a consequência mais gritante da estiagem: não há boi gordo no pasto para se abater no estado e comercializar", na análise do presidente da Associação Norte-Riograndense de Criadores do Rio Grande do Norte (Anorc) Marcos Teixeira. De acordo com ele, com a seca o rebanho deve sofrer baixa de até 40% este ano. "A carne ficar mais barata não traz benefício se não tem o boi. A comercialização já foi encerrada", ressalta.
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