O Nordeste está sofrendo a pior seca em décadas. A estiagem esvaziou
os reservatórios de usinas hidrelétricas, em uma região propensa a
apagões, e ameaça o crescimento econômico em uma das fronteiras
agrícolas brasileiras. A falta de chuva prejudicou fortemente as
culturas de milho e algodão, deixou gado a morrer de fome em pastos
secos e reduziu em cerca de 30% a colheita de cana na região,
responsável por 10% da produção do país.
Milhares de pequenos agricultores têm visto os seus meios de
subsistência definhar nos últimos meses, com carcaças de animais
abandonadas em algumas áreas que não registram quase nenhuma chuva há
dois anos. “Estamos vivendo a pior seca em 50 anos, com consequências
que podem ser comparadas a um violento terremoto”, disse Eduardo Salles,
secretário de Agricultura da Bahia.
No fim de dezembro, as barragens no Nordeste tinham, em média, apenas
32% da capacidade, de acordo com o Operador Nacional do Sistema (ONS).
Isso coloca os reservatórios abaixo dos 34% que o ONS considera
suficientes para garantir o abastecimento de energia. Com os níveis das
represas caindo, a Petrobras importou cerca de quatro vezes mais gás
natural liquefeito (GNL) nos primeiros nove meses de 2012 para abastecer
usinas térmicas, que são usadas como alternativa às hidrelétricas.
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