-

* Comissão de Anistia reconhece direitos de 15 filhos de perseguidos políticos.

Quase dez anos longe do Brasil sem a expectativa de retornar a uma vida tranquila e comum. Sílvia Perone tinha apenas 5 anos quando foi separada do pai, um deputado estadual na época, que foi perseguido pelo regime militar e teve que deixar a Assembléia Legislativa às pressas e embarcar para o exílio no Chile, onde a família se reencontrou. Depois, nova mudança, para a França.

Essa semana, Sílvia, que ainda conserva o sotaque francês e as lembranças emocionadas de um período conturbado de sua vida, conseguiu ser anistiada. Há alguns anos, o perdão do Estado e as indenizações financeiras ou reconhecimentos de títulos conquistados em outros países, como diploma de graduação, eram concedidos apenas aos perseguidos políticos. Apenas recentemente, os familiares, principalmente, filhos desses militantes, começaram a ter o reconhecimento das restrições que viveram.

Depois de contar sua história, inclusive a morte de uma de suas irmãs que acabou se envolvendo com drogas depois do fim do exílio, Sílvia ouviu o pedido de desculpas do Estado, proferido por 16 conselheiros que integram a Comissão de Anistia. Quinze outros filhos de perseguidos políticos também foram anistiados no mesmo julgamento, que ocorreu há três dias em Brasília.
Proxima
« Anterior
Anterior
Proxima »