Na véspera de embarcar a Roma, o presidente da CNBB (Conferência
Nacional dos Bispos do Brasil) e arcebispo de Aparecida, dom Raymundo
Damasceno Assis, disse que a renúncia do papa Bento 16 representa um
“gesto profético” diante das divisões internas da Igreja Católica
provocadas por “carreirismo”.
“Cargo na igreja não é honra, não é poder no sentido como entendemos,
de opressão às outras pessoas ou de ser favorecido pelo cargo. Nesse
sentido, a sua renúncia é um gesto profético”, disse à Folha dom
Damasceno, 76, um dos cinco cardeais brasileiros que estarão no
conclave, a ser realizado logo após a saída de Bento 16, nesta
quinta-feira.
Anfitrião do papa durante visita ao Brasil, em 2007, dom Damasceno
disse que o principal legado do pontífice alemão será o seu magistério e
que, apesar de grande intelectual, deixa uma lição de humildade e
simplicidade.
O presidente da CNBB e arcebispo de Aparecida, dom Raymundo Damasceno Assis |
Antes, em missa celebrada às 8h, dom Damasceno havia exortado a uma
basílica lotada a pedir a Deus que os cardeais “possam também estar
abertos aos sinais dos tempos de hoje” durante o processo de escolha
para o novo papa.
O cardeal também falou em entrevista coletiva, quando endossou a
recente crítica do papa à “hipocrisia dentro da igreja”: “Muitas vezes,
você prega, anuncia e nem sempre vive o que está pregando”.
Também ali, dom Damasceno admitiu que “há pessoas em que eu penso
mais” para o papado, mas que só decidirá o seu voto durante os encontros
em Roma: “Ninguém tem uma estrela na testa para ser identificado como o
candidato ideal”.
Folha.
Folha.
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