Alvo de investigações por parte do Ministério Público do Estado as
empresas de marketing multinível se unem no Rio Grande do Norte para
lançar campanha de legalização do segmento. A informação foi repassada
pelo executivo da Bbom e dono de franquia da Unepxmil, que vende
rastreadores, Victor Hugo Noé. “É importante ter investigações para que
possa dar maior clareza e conhecimento as atividades do marketing
multinível, ainda pouco conhecido no país. Nem a justiça sabe bem como
lidar o negócio MMN”, disse Victor Hugo. O MPE/RN instaurou inquérito
civil para apurar as atividades da TelexFree, BBom, NNEX, Priples,
Cidiz e Multiclick Brasil.
Na última semana, a Justiça Federal decretou a indisponibilidade dos
bens da BBOM, pertencente ao Grupo Embrasystem, bem como dos bens dos
sócios proprietários dessas empresas. O Procon/RN abriu ação para apurar
irregularidades na relação entre um investidor e empresa, que denunciou
prejuízo com o não repasse de pagamentos. A Telexfree permanece
impedida de realizar pagamentos e ter novas adesões, em todo o país As
empresas são investigadas por indícios de pirâmide financeira.
Para o consultor do Sebrae, Carlos Von Sohsten, esse é um tema
complexo. Os conceitos de empresas de marketing direto, vendas diretas
com empresas de marketing multinível ou pirâmides são comumente
confundidos. É preciso separar cada segmento e atentar para os detalhes
da oportunidade oferecida, quem está por trás e quais são as
“promessas”. “Em geral, os esquemas de marketing multinível têm causado
mais prejuízos do que bons resultados, para a maioria dos
participantes”, diz o consultor de negócios do Sebrae.
No marketing multinível, o faturamento é calculado sobre as vendas de
produtos ou serviços que sustentam o negócio. Já no esquema denominado
“pirâmide financeira”, considerado crime no Brasil, os participantes são remunerados somente pela indicação de outros indivíduos para o
sistema, sem levar em consideração a real geração de vendas de produtos.
A modalidade, segundo o economista e coordenador do curso de Gestão
Financeira da Universidade Potiguar (UnP), Janduir Nóbrega, não se
sustenta por não haver uma relação comercial ou de consumo. “Diferente
das demais relações, não há um produto sendo fabricado, comercializado e
mesmo um consumidor final. Não atende, teoricamente, as leis
comerciais”, afirma. Um dos principais investidores da empresa Telexfree
no Estado, o delegado e professor de direito Heraclito Noé, pondera que
há muito desinformação em relação ao novo tipo de negócio, que é
lícito. “As pessoas tendem a ver o novo, o desconhecido, como algo que
cheira mal. Mas esta é uma nova oportunidade de negócios, em um novo
ambiente: a internet, com melhor geração de renda e com muito trabalho”,
afirma.
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