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* TelexFree tenta angariar brasileiros para ‘investir’ no Paraguai.

A Veja destaca que os bens da empresa TelexFree estão bloqueados e suas atividades estão suspensas no Brasil. Mas muitos ‘divulgadores’ indignados com o não recebimento dos ‘rendimentos’ sobre o dinheiro que aplicaram no negócio têm partido rumo a países vizinhos para investir nas sedes estrangeiras – em muitos casos comandadas por brasileiros.

Fontes da Justiça que preferiram não revelar seus nomes por se tratar de investigação sigilosa afirmaram que o movimento tem sido notado, sobretudo, nos estados que fazem fronteira com Paraguai e Bolívia, como Mato Grosso e Acre. A imprensa mato-grossense tem divulgado que, apenas em Rondonópolis, cerca de mil divulgadores já cruzaram a fronteira para investir.

O advogado Samir Badra Dib, que recentemente conseguiu nos tribunais o direito de ser ressarcido pelos 100 000 reais que aplicou na TelexFree, é de Rondonópolis e afirmou ao site de VEJA que foi procurado por diversos divulgadores para voltar a aplicar – mas, desta vez, no Paraguai. “Não aceitei. Não quero nada disso”, afirmou. A cidade de Pedro Juan Caballero, a mais de 800 quilômetros do município mato-grossense, é o principal destino dos interessados. No caso dos divulgadores do Acre, a TelexFree Bolívia e o alvo.

Segundo o estudante de Economia de Rondonópolis, Vitório Bergamo Neto, de 29 anos, a tentação de procurar a TelexFree no país vizinho é grande. Ele investiu 30 000 reais entre poupança própria e da família – e ficou a ver navios após o bloqueio de bens da empresa. Agora, tenta uma chance no exterior. “Eu pesquisei para entrar pelos Estados Unidos, mas eles pedem seu TaxID (documento similar ao CPF) para poder cobrar o imposto. Então, se você entrar, não recebe nada. Já o pessoal que está no Paraguai é bem unido. Tem grupos no Facebook e no WhatsApp. Eu só não entrei ainda porque não tive tempo de pesquisar melhor”, afirma Bergamo.

Segundo a procuradora da República Mariane Guimarães, do Ministério Público Federal em Goiás, e que investiga a BBom, outra empresa que supostamente operava um esquema de pirâmide, há informações – ainda não averiguadas – de que a empresa estaria operando em Portugal.
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