A campanha da presidente, no entanto,
deve ser marcada por poucos eventos de rua. Os seus coordenadores
estimam que, além desses dois comícios, serão realizados mais cinco ou
seis e que, dificilmente, Dilma fará caminhadas nas grandes cidades.
A presidente foi convidada para
participar de evento do gênero nesta sexta-feira, em São Paulo, com o
candidato do PT ao governo, Alexandre Padilha, mas não irá. A
justificativa, que será repetida durante toda a campanha, é que, “por
questão de segurança”, a presidente não pode se expor dessa forma em
público.
A campanha priorizará as gravações para a
TV e vídeos curtos de Dilma para serem divulgados em sites, blogs, e
redes sociais, principalmente. Além da questão de segurança e da falta
de tempo — já que a presidente tem de governar e pedir votos ao mesmo
tempo — para a realização de comícios, o PT quer evitar saias-justas nos
estados onde há conflitos regionais. No Rio, não se decidiu ainda o que
fazer. Possivelmente, disse um integrante da coordenação, a solução
será fazer eventos que reúnam artistas e intelectuais num palanque, como
em 2010, em vez de se reunir com os candidatos ao Palácio da Guanabara.
O fato de Lula estar disposto a rodar o
país fazendo campanha também pesa na decisão de fazer poucos comícios
com Dilma. A estratégia será fazer o ex-presidente subir no maior número
de palanques possível, priorizando os dos candidatos do PT. No Rio,
afirmou um dirigente, poderá haver, no mesmo dia, um ato de campanha de
Dilma com movimentos sociais, e de Lula com Lindbergh Farias (PT),
senador que concorrer ao governo.
Em reunião da coordenação,
segunda-feira, o núcleo político fez uma avaliação da Copa do Mundo e do
sucesso de sua realização no Brasil.
— Foi o fracasso total da torcida contra e dos agourentos — disse um integrante.
A Copa, porém, deixará de ser central no
debate político, concluíram os dirigentes. A partir de agora, a tônica
será a economia e as propostas de governo.
O presidente do PT, Rui Falcão, negou
que o ex-ministro Franklin Martins deixará a campanha e disse que o post
que ele publicou no site “Muda Mais”, com críticas à CBF, não foi
motivo de estresse entre os integrantes da coordenação.
— Faz parte de qualquer campanha a
divergência de ideias. Todo mundo pode divergir, eu, a presidente Dilma,
qualquer um. Isso não significa crise, tensão, fogo amigo. Não causou
desunião, nem o afastamento de ninguém — disse Falcão.
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