A campanha presidencial de Dilma Rousseff em 2010 foi parcialmente
financiada com verbas desviadas da Petrobras, disse o doleiro Alberto
Youssef às autoridades que conduzem a Operação Lava Jato. Em processo de
delação premiada, o doleiro vem sendo submetido a sessões diárias de
interrogatórios desde 2 de outubro. Deve-se ao repórter Robson Bonin a
revelação de parte do conteúdo dos depoimentos. A informação se encontra
na última edição de Veja.
Youssef chamou o petrolão de “mensalão dois”. Contou que a engenharia
dos desvios incluiu uma inusitada novidade. Em vez de descer para o
caixa dois das campanhas, o dinheiro surrupiado da Petrobras era
escriturado como se fosse uma doação legal. Nessa versão, a coisa
funcionava assim: as empresas doavam dinheiro legalmente às campanhas de
congressistas e da própria Dilma. tudo registrado na Justiça Eleitoral.
Mas os recursos vinham de contratos firmados pelas empresas com
Petrobras, que carregavam um sobrepreço político.
Parceiro de crimes do também delator Paulo Roberto Costa, ex-diretor
de Abastecimento da Petrobras, Youssef mencionou os nomes de 28
deputados federais que recebiam mesadas do esquema montado na Petrobras.
Segundo ele, os pagamentos eram mensais e variavam conforme de R$ 100
mil a R$ 150 mil, conforme o peso político de cada um.
A delação do doleiro serve de matéria-prima para que os
investigadores da Lava Jato transformem a investigação da Lava Jato.
Assim como ocorre com Paulo Roberto Costa, Youssef terá ajudar o
Ministério Público e a Polícia Federal a provar que diz a verdade. Sob
pena de não obter os benefícios judiciais que pleiteia, gais como
redução de pena e prisão domiciliar.
Preocupante a essa altura do campeonato.
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