Chefe da Secretaria-Geral da Presidência, responsável pela ponte
entre o Palácio do Planalto e os movimentos sociais, o ministro Gilberto
Carvalho afirma que a presidente Dilma Rousseff se afastou dos
“principais atores na economia e na política” nos últimos quatro anos.
“O governo da presidenta Dilma deixou de fazer da maneira tão intensa,
como era feito no tempo do (ex-presidente) Lula, esse diálogo de chamar
os atores antes de tomar decisões. De ouvir com cuidado e ouvir muitos
diferentes, para produzir sínteses que contemplassem os interesses
diversos”, afirma Carvalho.
Em entrevista à BBC Brasil, na qual fez um balanço dos últimos quatro
anos de governo, o ministro admite ainda que a atual gestão “avançou
pouco” em demandas de movimentos sociais, sobretudo nas reformas agrária
e urbana e na demarcação de terras indígenas. Segundo ele, “faltou
competência e clareza” ao governo para avançar na questão indígena, e em
alguns episódios a gestão deu “tiros no pé”. Ele defendeu, no entanto, o
envio da Força Nacional de Segurança para reprimir protestos de
indígenas contra a construção da usina de Belo Monte e disse que, se
necessário, a mesma postura será adotada no rio Tapajós, no Pará, onde
há planos de erguer mais hidrelétricas nos próximos anos.
Gilberto Carvalho é homem da confiança de Lula.
Registe-se aqui com seu e-mail
ConversãoConversão EmoticonEmoticon