Apontado como líder da quadrilha que
fraudava vestibulares de faculdades públicas e particulares e o Exame
Nacional do Ensino Médio (Enem) em todo país, o estudante de medicina
Aurio Moura Ferreira, de 26 anos, vivia uma vida de luxo e era conhecido
como “rei do camarote” em Teófilo Otoni, cidade do interior de Minas
Gerais.
Segundo o superintendente de
investigação da Polícia Civil de Minas Gerais, delegado Jeferson
Botelho, o jovem esbanjava riqueza em boates da cidade. “Realmente ele
era um delinquente de ostentação. Ele fechava camarote em boates. Era
tipo o rei do camarote em Teófilo Otoni. Vivia cercado de muitas
mulheres. Costumava gastar de 2 a 3 mil reais por noite”, contou.
A investigação, que contou com o apoio
do Ministério Público, começou em abril deste ano. Ao todo, 33 pessoas
foram presas e materiais utilizados para fraudar os exames apreendidos.
Participei das buscas na casa do
suspeito. Ele mantinha uma empresa de fachada de promoção de eventos,
que seria transformada em uma casa de shows. Lá encontramos pastas com
nomes de candidatos, provas do Enem, gabaritos, depósitos bancários e
pontos eletrônicos e rádios comunicadores que eram utilizados para
informar o resultado das provas “, explicou.
Aurio foi preso em Belo Horizonte na
companhia do comparsa, Carlos Roberto Leite Lobo, de 57 anos, que é da
cidade de Guarujá, no litoral paulista. Ainda não se sabe a quantia
total adquirida pela quadrilha, mas, segundo o delegado, o grupo atuava
há pelo menos 20 anos no mercado. O poder de persuasão do rapaz chamou a
atenção. “Pra uma pessoa de 26 anos, ele tinha o grande poder de
dominação, de chefiar uma organização criminosa”, disse.
Durante as buscas, a polícia também
encontrou na casa do suspeito, avaliada em um milhão de reais, vários
carros de luxo, além de objetos importados. “Tinham Porches, eram caixas
e caixas de relógios importados de diversas marcas”, lembrou. O
criminoso tinha o hábito de viajar, tanto para fazer negócios, quanto
para se divertir. “Ele ia para a China e trazia os equipamentos
eletrônicos e maletas com rádios comunicadores. Também há registros de
viagens a Dubai, nos Emirados Árabes”.
Líder da quadrilha.
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