O ex-consultor Julio Camargo, que
representou a empreiteira Camargo Corrêa num consórcio que realizou
obras na Refinaria Presidente Getulio Vargas (Paraná), confirmou que
Renato Duque, ex-diretor de Serviços da Petrobras, solicitou “vantagem
indevida” nos contratos da empreiteira com a Petrobras.
O valor dos contratos era de R$ 2,4
bilhões. Camargo falou sobre isso em depoimento na segunda-feira à
Justiça Federal do Paraná. Os depoimentos estão sendo divulgados pela
Justiça nesta terça-feira.
Indagado se “houve alguma solicitação de
vantagem indevida por parte de algum diretor da Petrobras para obtenção
do contrato deste consórcio?”, Camargo responde que “sim” e cita
especificamente RenatoDuque e Pedro Barusco, braço-direito de Duque.
Camargo contou que o pagamento de propinas de empresas à Petrobras era “regra do jogo”.
“Havia uma regra do jogo que se o senhor
não pagasse propina à engenharia e ao abastecimento o senhor não teria
sucesso ou o senhor não obteria contrato na Petrobras”, declarou.
Camargo, que fez acordo de delação
premiada com a Justiça, contou ainda que barganhou o pagamento de
propina a Duque. Em vez de pagar R$ 24 milhões, o empresário admitiu que
pagou R$ 12 milhões, ou seja, 0,5% do valor da obra.
“Tinha como regra 1%, mas isso aí era
muito flexível e sempre negociado. No meu caso eu sempre negociei para
menor e nunca para maior”, declarou.
Camargo revelou ainda que não atuou
juntamente à área de abastecimento, porque ele e a empreiteira, numa
avaliação conjunta, entenderam que a empresa “tinha mais condição de ter
uma solução na área de abastecimento”. Segundo ele, a Camargo Corrêa
pediu que o consultor se concentrasse na área de engenharia “para obter
suceso na operação”.
Julio Camargo confirmou que quem cuidava
de negícios com a área de abastecimento da Petrobras era Eduardo Leite
(vice-presidente da Camargo Corrêa).
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