Benito Gama, que hoje é
vice-presidente do PTB – partido que apoiou Aécio Neves (PSDB) na
eleição presidencial e ensaia uma fusão com o também oposicionista DEM
–, diz que o resultado da votação de um impeachment seria semelhante ao
da eleição para a presidência da Câmara, em que o peemedebista Eduardo
Cunha derrotou em primeiro turno o candidato do Planalto, Arlindo
Chinaglia (PT-SP).
“O governo teria hoje os
mesmos 136 votos dados ao Chinaglia na disputa pela presidência da
Câmara”, diagnosticou Benito Gama. Para escapar da abertura de um
eventual processo de impeachment, ele lembra, o governo teria de
garantir um mínimo de 171 votos. Segundo o deputado, essa seria uma
missão difícil em decorrência da crescente dificuldade do governo no
Congresso e diante da expectativa de agravamento da crise política com a
divulgação da lista de políticos investigados pelo Supremo Tribunal
Federal.
No quinto mandato de deputado
federal, Benito Gama pertenceu à base de Collor no Congresso, mas mudou
de lado ao presidir a CPI que descobriu o vínculo entre a propina
arrecadada pelo empresário Paulo César Farias, o PC, com as despesas da
família do então presidente da República. Por ironia do destino, o
vice-presidente nacional do PTB hoje é correligionário de Collor.
Benito Gama não quis
participar da CPI da Petrobras – “minha fase de delegacia se encerrou”
–mas frisou que até o momento não há qualquer fato que respalde um
eventual pedido de impeachment. “Se der uma descarga no que é
demagógico, partidário, político, eleitoreiro e emocional, até podem
surgir as condições para o pedido de impeachment. Nesse momento, embora
haja pressão popular, não há fatos como em 1992”, diz o baiano.
Esse foi aquele que era secretário da Rosa.
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