O diretor-presidente da Camargo Corrêa, Dalton dos Santos Avancini,
vai revelar esquema de pagamento de propina na construção da usina
hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, uma obra de aproximadamente R$ 19
bilhões. O compromisso de apontar desvios em Belo Monte consta do acordo
de delação premiada firmado pelo executivo e dois procuradores da
força-tarefa da Operação Lava Jato, na madrugada de sábado, em Curitiba.
A série de depoimentos da delação premiada de Avancini deve começar
nesta terça-feira.
Nas negociações com a força-tarefa, Avancini se comprometeu também a
indicar os nomes de pelo menos duas pessoas que teriam recebido propina.
As revelações do executivo podem ter forte impacto nos desdobramentos
da Operação Lava Jato que, até o momento, tem se concentrado em fraudes
na Petrobras.
A usina de Belo Monte é a segunda maior obra do Programa
de Aceleração do Crescimento (PAC). O vice-presidente da Camargo,
Eduardo Leite, que também firmou acordo de delação premiada, deverá
confirmar pagamento de propina em obras da empreiteira na Petrobras.
Leite vai reconhecer pagamentos de propina em operações triangulares e
até mesmo em negociações diretas com o doleiro Alberto Youssef, um dos
principais operadores da movimentação financeira do dinheiro desviado de
contratos entre empreiteiras e a Petrobras. Youssef e outros acusados
na Lava Jato e investigados já falaram sobre o assunto. O executivo
deverá reconhecer os crimes imputados a ele, conforme prevê o acordo, e
acrescentar novos detalhes sobre transações escusas relacionadas a
contratos com a maior empresa do país.
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