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* Youssef diz em depoimento que deixou R$ 400 mil na porta do diretório do PT.

O doleiro Alberto Youssef, delator no caso da operação Lava Jato, afirmou, em novo depoimento à Justiça Federal nesta terça-feira (31), que entregou cerca de R$ 800 mil para o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto. O dinheiro seria fruto de propina paga no contrato para obras do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), entre 2009 e 2010.

O valor, segundo o doleiro, foi dividido em dois --metade, diz ele, foi deixado na porta do diretório nacional do partido, localizado na Rua Silveira Martins, em São Paulo. A outra metade foi retirada no escritório de Youssef.

Por conta de um processo sobre operações ilegais de câmbio realizadas pelo laboratório Labogen --empresa que ele tentou infiltrar no Ministério da Saúde na gestão do então ministro Alexandre Padilha (PT)-- Youssef disse que fez dois pagamentos para o tesoureiro "a mando da Toshiba (Infraestrutura)".

"Eu entreguei esse valor pessoalmente. O segundo valor foi entregue na porta do diretório do PT nacional pelo meu funcionário Rafael Ângulo para o funcionário da Toshiba para que ele pudesse entregar o valor para o Vaccari", afirmou Youssef em seu depoimento.

Para o jornal "O Estado de S. Paulo", o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, afirmou por meio de seu advogado, Luiz Flávio Borges D'Urso, que repudia as acusações. D'Urso tem reiterado que o tesoureiro só arrecadou quantias declaradas à Justiça eleitoral. O criminalista rechaça o valor dos depoimentos prestados em regime de delação premiada. Segundo D'Urso, os delatores "não dizem a verdade".
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