-

* Aécio: reunião de Temer com FHC não é trégua.

O senador Aécio Neves, presidente do PSDB federal, reconheceu que o vice-presidente Michel Temer, agora convertido em articulador político do governo, deve reunir-se com o ex-presidente tucano Fernando Henrique Cardoso. Realçou, porém, que a conversa não resultará numa trégua em relação ao governo Dilma Rousseff.

“Para o PSDB, não muda nada. Nós somos contra esse modelo que está aí. Eu respeito pessoalmente o Temer, eu o sucedi na presidência da Câmara dos Deputados e tenho uma relação cordial com ele, mas ele representa hoje o governo que nós, do PSDB, combatemos. É o mesmo governo, é o mesmo estelionato que está aí a cada dia se apresentando de forma mais vigorosa. Os índices de inflação de março, por exemplo, que nós alertamos lá atrás que estavam por vir, o governo omitia.”

Segundo Aécio, o encontro com FHC foi solicitado por Temer há duas semanas. Coisa anterior, portanto, à decisão de Dilma Rousseff de alçar seu vice à condição de articulador político do governo. O tema da conversa seria a reforma política. Com a evolução da conjuntura, porém, é improvável que Temer não aproveite para esticar a prosa. Por que deixaria de falar, por exemplo, sobre o ajuste fiscal pendente de votação no Congresso?

Seja como for, Aécio cuidou de manter a língua em riste. Segundo o seu raciocínio, Dilma está terceirizando o poder. Já havia terceirizado a economia ao eleitor tucano Joaquim Levy, ministro da Fazenda. Agora, terceirizou a política ao indemissível Temer. “A presidente fez uma renúncia branca. Ela não renunciou ao cargo, mas renunciou ao governo. Esse é o fato concreto. Nós vamos ter que viver a partir de agora essa nova experiência do presidencialismo sem presidente.”

Aécio comentou também declarações feitas por Dilma no Rio de Janeiro. Segundo a presidente, “a Petrobras já deu a volta por cima” e “limpou o que tinha que limpar”. E Aécio: “Agora, falta limpar o Brasil.”
Aécio Neves.
Proxima
« Anterior
Anterior
Proxima »