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* Alberto Youssef volta a falar de pagamentos a partidos em CPI.

Deputados da CPI da Petrobras viajaram para Curitiba. Eles foram ouvir depoimentos de presos da Operação Lava Jato. O doleiro Alberto Youssef disse que acredita que o Palácio do Planalto sabia do esquema.

Youssef falou por três horas e meia. Logo no início foi questionado sobre nomes de políticos que saberiam dos desvios na Petrobras. A lista citada na delação premiada foi confirmada por Alberto Youssef. Entre os políticos estavam o ex-presidente Lula e a presidente Dilma. Mas o doleiro não apresentou provas.
 
Deputado Bruno Covas: Vossa Senhoria confirma essa afirmação?
Alberto Youssef: Confirmo e digo que isso é no meu entendimento.
 
Bruno Covas: O senhor entende que havia uma coordenação desse esquema no Palácio do Planalto?
 
Deputado Alberto Youssef: Não, eu não digo que havia uma coordenação, mas eu acredito que eles tinham conhecimento, no meu entendimento, do que acontecia

Alberto Youssef voltou a dizer que entregou ou mandou entregar propina a representantes do PT, do PP e do PMDB. Depois da morte do deputado José Janeni, do PP, Youssef disse que teve uma conversa com dois ministros na época: Ideli Salvati e Gilberto Carvalho sobre quem seria o novo interlocutor do partido.

O doleiro repetiu que entregou propina para a cunhada do ex-tesoureiro do PT, João Vaccari, e que mandou dinheiro para o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, do PMDB, para que o parlamentar não questionasse contratos da empresa Mitsui com a Petrobras. Youssef negou a declaração do ex-diretor de abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa de que Antônio Palocci pediu ao doleiro dinheiro para a campanha de Dilma Rousseff em 2010.

"Eu não conheço Antônio Palocci. Antônio Palocci nunca me fez nenhum pedido para que angariasse recurso para a campanha de 2010 da Dilma Rousseff e eu creio que o doutor Paulo Roberto esteja equivocado com referência a esse assunto", disse Alberto Youssef em depoimento.

Outros cinco presos da Lava Jato convocados para depor ficaram em silêncio. Entre eles, o ex-diretor da área internacional da Petrobras, Nestor Cerveró. Mesmo assim, vários deputados decidiram fazer as perguntas e houve bate-boca entre parlamentares e advogados.

Os ex-ministros Gilberto Carvalho e Ideli Salvati negaram as declarações de Youssef e disseram que estão à disposição da Justiça para prestar esclarecimentos.

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, do PMDB, disse que as declarações do doleiro são baseadas em informações de terceiros, que não foram confirmadas, e que não constam dos autos. 

A assessoria do ex-presidente Lula e o Palácio do Planalto não comentaram.

O Jornal Nacional não localizou o advogado de João Vaccari.
Youssef: mais um processo
Youssef.
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