O governo Dilma Rousseff enfrenta neste domingo o terceiro protesto
popular em apenas oito meses do seu segundo mandato. Assombrados pelo
fantasma da inflação – cujo índice já supera a popularidade da
presidente -, diante do maior índice de desemprego em mais de cinco anos
e perplexos com a magnitude do esquema de corrupção desvendado pela
Operação Lava Jato, os brasileiros voltam às ruas para um ato que tem
como mote a frase “Não vamos pagar a conta do PT”. Em Brasília, a classe
política está atenta às manifestações, que podem jogar novamente no
fundo do poço um governo que ensaiou na última semana tentativas de
emplacar uma agenda positiva.
Convocado pelos movimentos Brasil Livre, Vem Pra Rua e Revoltados On
Line, os protestos deste domingo estão confirmados em mais de 200
cidades, segundo o líder do Vem Pra Rua, Rogério Chequer. O mapa das
manifestações vai de Norte a Sul do país e inclui todas as capitais.
“Espero que o Congresso reconheça o clamor popular, talvez num nível
nunca antes visto na história deste país, e encaminhe um pedido de
impeachment”, afirma Chequer. Ele garante, contudo, que o foco dos
protestos não será apenas o “fora Dilma”, mas também a luta contra a
corrupção. “O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, tem uma
lista de 48 políticos suspeitos de envolvimento no petrolão. Exigimos
saber o que será feito dela”, completa.
Assim como nos demais protestos, a Avenida Paulista será o grande
termômetro das manifestações. Os diferentes grupos que convocaram os
atos antigoverno ficarão espalhados da seguinte maneira: Vem Pra Rua
ficará na esquina da Avenida Paulista com a Rua Pamplona, o MBL, em
frente ao Masp, e o Revoltados On-line, no cruzamento com a Augusta. A
Polícia Militar vai aumentar o efetivo na região da Paulista e também
nas estações de metrô, principal meio de chegada dos manifestantes ao
local. Serão destacados 1.000 homens para o evento. Para evitar
eventuais confrontos com grupos pró-PT, os participantes são orientados a
não reagir a provocações, como explica Renan Haas, do Movimento Brasil
Livre. “Não registramos qualquer ocorrência nos demais protestos e não
será agora”, afirma.
Eita.
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