O presidente da Venezuela, Nicolás
Maduro, disse na noite desta terça-feira (11) que a colega brasileira,
Dilma Rousseff, é alvo de um mesmo suposto ataque golpista que busca
derrubar vários governos de esquerda na América Latina.
“Existem ameaças de golpe de Estado no Brasil nos próximos meses”, disse o presidente em seu programa semanal de rádio e TV, “Contato com Maduro”.
“Se se atrevem a se meter com o Brasil, o que será do resto?”, questionou Maduro.
Ele citou também “tentativas de desestabilização” contra os governos da Bolívia, do Equador e da própria Venezuela.
Não estava claro a quem Maduro se
referia, mas a menção à situação sul-americana surgiu logo após críticas
aos EUA, às “oligarquias” e à “ultradireita” que, segundo ele, são
inimigas “dos povos”.
“Não poderão contra os movimentos revolucionários e progressistas da América Latina”, afirmou.
O Brasil foi o caso mais citado no
programa. Maduro disse que Dilma foi eleita com uma “quantidade
impressionante de votos” no ano passado e a chamou de “grande
presidente.”
“Tentaram de tudo para sabotar a Copa do
Mundo no Brasil. Disseram que não ia acontecer, que o [governo
brasileiro] não dava conta de terminar as obras. Insultaram a presidente
Dilma. Mas acabou sendo o melhor mundial da história”, disse Maduro,
que prometeu “acompanhar sempre o povo brasileiro.”
Maduro se referiu ainda ao ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva, que, segundo ele, “levou o Brasil ao melhor
nível de desenvolvimento de sua história.”
As declarações do presidente indicam preocupação de Caracas com a possibilidade de impeachment contra Dilma.
Além dos laços econômicos estreitos, que
permitem à Venezuela manter investimentos e importações de alimentos do
Brasil apesar das dificuldades de pagamento, o governo brasileiro é
visto por Caracas como um aliado político imprescindível.
Setores da oposição venezuelana torcem
silenciosamente por uma mudança de governo no Brasil para isolar e
enfraquecer ainda mais a presidência de Maduro, já assolada pela crise
econômica e pela degringolada do preço do petróleo, principal fonte de
renda da Venezuela.
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