O empresário e pecuarista José Carlos Bumlai confirmou à Polícia
Federal ter atendido a um pedido do lobista Fernando Falcão Soares, o
Fernando Baiano, um dos delatores da Operação Lava Jato. A solicitação
de intermediação era para que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
desse uma palestra no Centro de Estudos Avançados de Angola a convite do
general angolano João Baptista de Matos, empresário do setor da
mineração.
O lobista já afirmara à Procuradoria-Geral da República ter pedido a
Bumlai, preso desde o dia 24 de novembro, que intermediasse tal convite
para o ex-presidente ir ao evento no país africano, em julho de 2011.
O interrogatório de Bumlai, o terceiro, ocorreu no dia 21 de
dezembro. A Polícia Federal indagou reiteradamente se Bumlai havia
tratado de “questões comerciais ou políticas com Luiz Inácio Lula da
Silva”. O pecuarista respondeu que “não”, mas acrescentou que “muitas
pessoas encaminhavam demandas via e-mail ao Instituto Lula e que, na
ausência de respostas, solicitavam ao reinterrogando, na medida do
possível, que fizesse contato junto ao Instituto para viabilizar ao
menos a apreciação dos pedidos”.
Fernando Baiano havia relatado uma viagem com Bumlai para Angola, em
2011. O lobista declarou à Procuradoria que o general João Baptista de
Matos, que seria então presidente do Instituto de Estudos Angolanos,
pretendia realizar um seminário em comemoração aos 10 anos da entidade.
Matos, segundo Fernando Baiano, “desejava que o palestrante principal
fosse o ex-presidente Lula”.
Segundo o lobista, a viagem ocorreu com a presença de “uma comitiva
de empresários brasileiros” da Queiroz Galvão, Odebrecht, Andrade
Gutierrez e OAS. Baiano disse que também participou desse seminário, mas
viajou a partir de Zurique, na Suíça.
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