A Polícia Federal cumpriu na manhã desta terça-feira (15) mandado de
busca e apreensão na residência oficial do presidente da Câmara,
deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), em Brasília. A PF também cumpriu
mandados na casa e no escritório do peemedebista no Rio de Janeiro e na
Diretoria Geral da Câmara dos Deputados. A ação, batizada de
Catilinárias, faz parte das investigações da Operação Lava Jato.
Ao menos 12 policiais e três viaturas foram deslocados para a casa de
Cunha em Brasília, que fica na Península dos Ministros. Entre os itens
que foram apreendidos pela PF está o celular de Eduardo Cunha.
A Procuradoria Geral da República também pediu ao Supremo Tribunal
Federal (STF) que autorizasse busca e apreensão na residência do
presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), mas o ministro Teori
Zavascki, do STF, responsável pela Lava Jato no tribunal, negou o
pedido.
Também foram alvos de mandados a chefe de gabinete de Cunha, Denise
Santos, e o ex-vice-presidente de Fundos de Governo e Loterias da Caixa
Fábio Ferreira Cleto, indicado por Cunha (PMDB-RJ) para o cargo. Cleto foi exonerado na última semana pela presidente Dilma Rousseff.
A polícia ainda cumpriu mandado de busca e apreensão em endereços
relacionados aos deputados federais Aníbal Gomes (PMDB-CE), Eduardo da
Fonte (PP-PE) e Aureo (SD-RJ); e dos ministros, Celso Pansera (PMDB-RJ),
de Ciência e Tecnologia, e Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), do Turismo. O prefeito de Nova Iguaçu e ex-deputado Nelson Bornier (PMDB), aliado de Cunha, também é alvo da ação.
Outro mandado foi cumprido na sede do PMDB em Alagoas, relacionado ao inquérito do senador Fernando Collor (PTB-AL).
Os senadores Edison Lobão (PMDB-MA), ex-ministro de Minas e Energia, e Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE) também são alvos da operação desta terça.
A PF também cumpriu mandados em enderelos relacionados ao ex-deputado
Alexandre Santos (PMDB-RJ); Aldo Guedes, ex-presidente da Copergas que,
segundo as investigações, seria ligado ao ex-governador de Pernambuco
Eduardo Campos, falecido em 2014; Lúcio Funaro, doleiro que teria
ligações com Eduardo Cunha; Altair Alves dos Santos que, segundo o
lobista Fernando Baiano, recebeu RS 1,5 milhão para repassar a Cunha; e
Djalma Rodrigues de Souza.
A Polícia Federal também confirmou que cumpriu mandados no Ceará e no
Rio de Janeiro em endereços relacionados ao ex-presidente da Transpetro
Sérgio Machado. Em depoimento à Justiça do Paraná, o ex-diretor de
Refino e Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa citou Machado
como responsável pelo pagamento de R$ 500 mil em propina oriunda de
contratos da estatal supostamente superfaturados, entre 2009 e 2010.
Machado nega os pagamentos.
Polícia
Federal deixa condomínio onde mora o presidente da Câmara, Eduardo
Cunha (PMDB-RJ), no Rio de Janeiro.
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