A divulgação recente de trechos do depoimento, em delação premiada,
do ex-diretor da Petrobras e da BR Distribuidora Nestor Cerveró, no qual
cita pagamentos de propina e distribuição de cargos das estatais a
partidos e políticos, deixou a turma em Brasília apavorada.
O presidente do Senado Federal, Renan Calheiros (PMDB-AL), negou que
tenha participado das reuniões mencionadas por Cerveró e disse que já
prestou as “informações requeridas”, mas que está à disposição para
“quaisquer novos esclarecimentos”.
O depoimento de Cerveró também cita o ex-presidente da República,
Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo o delator, Lula era-lhe grato por ter
ajudado a quitar um empréstimo do PT de R$ 12 milhões e, por isso, o
colocou no cargo de diretor financeiro da BR Distribuidora, em 2008.
Cerveró teria intermediado para que o Grupo Shahin fechasse um contrato
de R$ 1,6 bilhão com a Petrobras, na época em que era diretor da
estatal. O empréstimo do PT havia sido contratado pelo pecuarista José
Carlos Bumlai com o Banco Shahin.
Por nota, o Instituto Lula disse que o ex-presidente já prestou todos
os esclarecimentos à Polícia Federal referentes a esse assunto. Ouvido
na condição de informante – “já que não é investigado e sequer foi
arrolado como testemunha na chamada Operação Lava Jato” – Lula afirmou
que Cerveró foi nomeado diretor da Petrobrás e da BR Distribuidora por
indicação de partido da base aliada, segundo a nota. O instituto negou,
ainda, que Lula tenha tido qualquer relação pessoal com Cerveró, bem
como qualquer sentimento de gratidão por ele.
Esse sabe demais...
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