Os principais jornais brasileiros experimentaram quedas expressivas
de circulação ao longo de 2015, segundo dados do IVC, o Instituto
Verificador de Circulação. O dado mais surpreendente é que a circulação
caiu não apenas nas edições impressas, mas também nas digitais – o que
revela que as publicações não estariam sabendo como se adaptar à era da
internet.
Entre janeiro e dezembro, a Folha caiu 14,1% no impresso e 16,3% no
digital, o que gerou uma queda média de 15,1%, superior à do Estado de
S. Paulo (8,9%) e à do Globo (5,5%). Na lista do IVC, que contempla
ainda publicações como Correio Braziliense, Zero Hora, A Tarde, O Povo,
Valor Econômico, Gazeta do Povo e Super Notícia, todos – sem exceção –
caíram. Alguns cresceram no digital, mas partindo de bases pequenas.
Os dados revelam vários fatores. Os jornais, naturalmente, foram
afetados pela crise econômica que ajudaram a amplificar. Mas hoje
enfrentam uma concorrência crescente de veículos puramente digitais.
Além disso, o modelo de cobrança por conteúdo, dos chamados paywalls
(muros de cobrança para quem assina determinada quantidade de artigos),
tem tido pouca receptividade no Brasil.
Um outro fator, que pode vir a ser considerado na análise, é o grau
de engajamento político dos jornais da imprensa familiar, que passaram a
substituir o jornalismo pelo proselitismo político, afugentando uma
parcela de seus leitores.
Preocupante.
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