Em interrogatório na Justiça Federal do
Paraná, o lobista Milton Pascowitch, um dos delatores da Operação Lava
Jato, afirmou que entregou propinas em “uma malinha de rodinha” ao
ex-tesoureiro João Vaccari Neto, no Diretório Nacional do PT, em São
Paulo.
O dinheiro, relatou Pascowitch, saiu de
um total de R$ 14 milhões de “comissão ao grupo político” sobre um
contrato de US$ 3 bilhões de cascos replicantes da Engevix na Petrobras.
Faziam parte do “grupo político”, segundo Pascowitch, Vaccari, o
ex-ministro da Casa Civil José Dirceu (Governo Lula), seu assessor
Roberto ‘Bob’ Marques, o irmão do ex-ministro Luiz Eduardo de Oliveira e
Silva e o empresário Fernando Moura, ligado ao PT.
“(As entregas), fazia através de uma
malinha que eu tenho, com rodinha. R$ 500 mil cabia. (Entregava) dentro
do diretório nacional do PT, na sala dele”, declarou. Pascowitch contou
que, no fim de 2009, foi apresentado a João Vaccari pelo então diretor
de Serviços da Petrobras Renato Duque.
Segundo o delator, nesta época, se deu a
assinatura do contrato de US$ 3 bilhões dos cascos replicantes da
Engevix com a estatal. O lobista afirmou que naquele ano o grupo
político influente no setor não era mais representado por Dirceu,
“apesar de poder indiretamente ter participação, mas não é de meu
conhecimento”.
Pascowitch disse que o grupo passou a
ser representado por João Vaccari. “A liquidação das comissões do
contrato dos cascos se deu exclusivamente com o João Vaccari”, relatou.
“Isso coincide com as eleições de 2010 e com a necessidade de recursos
na data zero. O contrato dos cascos se desenvolveria em sete anos. Foi
feito um acordo e se diminuiu esse porcentual para que ele pudesse ser
liquidado durante o ano de 2010. Não foi bem assim, porque ultrapassou,
passou 2011 também. Mas foi fechado um valor de R$ 14 milhões como
comissões a serem pagas em referência ao contrato dos cascos.”
No depoimento, Pascowitch declarou que
os valores da propina seriam repassados “conforme a disponibilidade ou
mais ou menos o faturamento do contrato dos cascos”. De acordo com o
lobista, foram feitas, “contribuições políticas da Engevix no montante
de R$ 4 milhões. Os R$ 10 milhões restantes foram repassados em dinheiro
entre o fim de 2009 e o meio de 2011”.
Vaccari.
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