Tribuna do Norte: O ex-diretor administrativo do Instituto de Desenvolvimento
Sustentável e Meio Ambiente (Idema), Gutson Johnson Giovany Reinaldo
Bezerra, relatou como ocorria a divisão dos recursos desviados no órgão.
Réu no processo investigado na Operação Candeeiro, Gutson afirmou que
ficava com 20% do dinheiro desviado, enquanto os operadores do esquema
ficavam com 20% e políticos ficavam com os 60%.
Durante o depoimento, Gutson só citou o deputado estadual Ricardo
Motta como beneficiário do esquema. Segundo o réu, ele permaneceu no
cargo após convite do parlamentar, que era o único dos envolvidos com
foro privilegiado que recebia os recursos. O réu chegou a afirmar que
Ricardo Motta o procurou porque precisava de “R$ 8 milhões ou R$ 10
milhões” para pagar dívidas feitas durante eleições passadas. O juiz que
conduz o depoimento, no entanto, explicou que o nome do parlamentar não
deveria ser citado novamente porque ele, por ter foro privilegiado, não
poderia ser julgado na 1ª instância.
Segundo Gutson, a parte operacional era realizada por Clebson
Bezerril, ex-chefe da unidade instrumental de Finanças e Contabilidade
do Idema. Gutson afirmou que Clebson, que também é réu, repassava 80% do
valor recolhido através das fraudes para Gutson, que ficava com 20% e
repassava os outros 60% para os demais envolvidos no esquema – segundo
ele, políticos.
“Clebson quem fazia a parte operacional, fazendo com que o dinheiro
chegasse às empresas. O que me interessava era repassar os 60% e receber
os meus 20%. Como eles (Clebson e os outros) dividiam os outros 20%, eu
não sei”, disse Gutson, que afirmou ter recebido R$ 4,5 milhões no
esquema e que não foi procurado por nenhum político desde que foi preso.
Gutson abrindo a boca.
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