A ex-governadora Wilma de Faria utilizou as redes
sociais oficiais no final da manhã desta terça-feira, 02, para se
pronunciar sobre sua saída do PSB, partido ao qual comandava há 22 anos.
Confira a nota na íntegra:
A perda trágica e repentina de Eduardo Campos, em 2014, deixou um vazio político no país – e o PSB acéfalo.
A nova direção nacional do partido, composta sem muita discussão, não tem conseguido manter a estatura a que tínhamos chegado.
Os últimos acontecimentos, voltados para a recomposição do partido no
Rio Grande do Norte e em outros estados, demonstram que o PSB que eu
ajudei a construir em uma trajetória de 22 anos – aquele PSB de Eduardo
Campos, de Miguel Arraes, de Roberto Amaral, de Luiza Erundina e de
tantos outros companheiros valorosos, não existe mais. Deu lugar a uma
sigla pautada por práticas antidemocráticas com as quais não me
identifico e em que não vejo respeitadas suas próprias afirmações
programáticas.
Sempre fui a favor da vinda de novos quadros e novas lideranças para o
partido. Eu mesma ajudei a promover o crescimento que nos levou a ser
um dos maiores partidos do estado. E nunca fechei questão sobre a
permanência na direção estadual.
O que não se pode aceitar é a forma `kafkiana’ – desrespeitosa, sem
diálogo, com atropelos e com imposições inimagináveis com que um grupo
local armou, com inexplicável respaldo da presidência nacional, para
apropriar-se do partido no nosso estado. Pessoas sem qualquer identidade
programática nem compromisso com as nossas bases e que agiram de forma
oportunista, aproveitando o exato momento em que me submeti a um
tratamento de saúde.
Diante dessa situação, não me resta alternativa a não ser retirar-me do partido e conclamar meus companheiros a fazerem o mesmo.
Se os atuais dirigentes do PSB não têm compromisso com a sua
história, eu tenho com a minha. Nunca fui de ceder a arranjos nem de
aceitar imposições.
Deixo o partido que ajudei a construir – com 4 mandatos de prefeito
em Natal e 2 de governador do estado
– para preservar uma história de
vida dedicada ao bem comum dos norte-rio-grandenses.
Nos próximos dias estarei em entendimentos com os nossos companheiros
de luta, com as lideranças de todo o estado, e com os diversos partidos
que respeitosamente nos abrem as portas.
Após isso, anunciarei o caminho que vamos seguir, cujo rumo será,
sempre, o da correção, da lealdade e da construção de um Rio Grande do
Norte melhor para se viver.
Estou tranquila e convicta de que estamos tomando a melhor decisão
para meus correligionários, meus companheiros e para o povo do Rio
Grande do Norte.
2016 será um ano de muitas lutas. E essa decisão é um primeiro passo,
ousado, de independência e de reafirmação da nossa coragem para seguir
em frente.
Wilma Faria.
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