O Globo: Um dia após o marido e prefeito de
Montes Claros (MG), Ruy Muniz (PRB), ser preso em uma operação da
Polícia Federal, a deputada federal Raquel Muniz (PSD-MG) divulgou uma
nota onde se disse “atordoada e chateada” com a ação da PF. A deputada
volta a elogiar o trabalho do marido, como fez durante seu voto no
processo de impeachment no plenário da Câmara, e o classificou como “um
gestor íntegro, ético e que preza pela transparência das suas ações”.
A parlamentar questionou a prisão do
marido, afirmando não haver razões jurídicas para a ação da PF e negou
que ação tenha sido baseada por suspeitas de corrupção. Segundo ela, a
prisão é ilegal por “não haver risco à ordem pública, nem perigo de fuga
e nem haver qualquer indício de obstrução da justiça”. Raquel afirmou
que já foram tomadas providências jurídicas para que o marido seja solto
e que tem “a plena certeza de que a verdade prevalecerá”.
Na sessão de votação do impeachment na
Câmara, a deputada dedicou o voto ao marido, a quem ela definiu como um
exemplo de gestor pública. “Acredito que o meu voto, na noite do dia 17
de abril, foi um voto consciente, e mais: foi um voto responsável, pois
vai ajudar na reconstrução do Brasil e devolver o nosso país aos trilhos
do desenvolvimento” declarou a deputada na nota.
Ruy Muniz — eleito prefeito da cidade do
interior mineiro em 2012 — foi preso suspeito de prejudicar o
funcionamento de hospitais públicos em favorecimento de uma rede
particular, gerido pela própria família. A Operação “Máscaras da
Sanidade II — Sabotadores da Saúde” também prendeu a secretária de saúde
do município, Ana Paula Nascimento. Ambos estão em presídios de Minas
Gerais.
Confira a íntegra da nota:
“Meus amigos, confesso que fiquei
atordoada e muito chateada com tudo o que aconteceu. Precisei de um dia
para tomar ciência do que se passava, respirar fundo e não desistir. Eu e
Ruy sempre soubemos o que poderia acontecer com a gente quando
entrássemos para a política, mas jamais que chegaria a esse ponto.
No entanto, não vamos nos intimidar em
busca de um Brasil, de uma Minas e de um Montes Claros cada dia melhor.
Por isso, reitero cada uma das palavras ditas no dia 17 de abril durante
a votação para aceitar o processo de impedimento da presidente Dilma
Rousseff. Montes Claros tem um gestor íntegro, ético e que preza pela
transparência das suas ações.
Não há razão jurídica para a prisão
preventiva do meu marido, o prefeito de Montes Claros, Ruy Muniz, por
não haver risco a ordem pública, nem perigo de fuga e nem haver qualquer
indício de obstrução da justiça. Há, sim, razões de outras ordens, não
republicanas, que justificam essa investigação.
O meu marido, ao contrário do que está
sendo amplamente noticiado, não teve a prisão decretada por motivos de
corrupção e quem teve o senso ético de buscar a verdadeira motivação na
decisão judicial pode verificar isto.
Todas as providências jurídicas cabíveis já foram tomadas e tenho a plena certeza de que a verdade prevalecerá.
Acredito que o meu voto na noite do dia
17 de abril foi um voto consciente e mais: foi um voto responsável pois
vai ajudar na reconstrução do Brasil e devolver o nosso país aos trilhos
do desenvolvimento.
Somos pessoas de bem e estamos à
disposição da justiça e da sociedade para qualquer esclarecimento. Sou
mulher de fé e permaneço acreditando na Justiça.
Dep. Federal Raquel Muiniz”
Deputada em questão.
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