A regra sempre foi clara na Brasileirinhas: Apenas hits do sertanejo,
letras de duplo sentido do funk e blockbusters do cinema servem como
inspiração para os roteiros de filmes do gênero pornográficos. A razão
era simples: “Assuntos como política não excitam ninguém”, costumava
dizer Clayton Nunes, proprietário da produtora de filmes pornôs. E quem
poderia dizer o contrário?
Mas foi justamente ao abrir as pernas para um assunto até então
brochante que a Brasileirinhas bateu seu recorde. “Operação Leva Jato”
usa o pano de fundo da corrupção para a sacanagem e se tornou o maior
lançamento da produtora nos últimos seis anos.
Se antes filmes como “Ai, Se Eu Te pego”, “Velozes e Foderosas” e
“Arrombando a Porta dos Fundos” eram vistos por 70 mil pessoas, “Leva
Jato” dobrou a meta: São 180 mil visualizações por dia – um marco em um
momento em que a produtora ainda busca se reposicionar no mercado com a
queda da comercialização de DVD’s.
“Operação Leva Jato” não poderia ter sido lançado em momento mais
propício: “Foi bem no dia que [Michel] Temer assumiu o lugar de uma
presidenta empichada por um crime que vários outros presidentes
cometeram, mas que não tiveram o mesmo destino”, explica Clayton. O
produtor, no entanto, se adianta e diz que mesmo assim não defende Dilma
Rousseff. “Ela foi a pior administradora que este país já teve”.
O lema da produtora agora é relaxar, gozar e… se conscientizar.
“Espero que este filme faça até quem não goste de política pensar:
‘Caramba, se fizeram até filme pornô com isto acho que realmente é
preciso saber direito o que está acontecendo’. Sinto que o brasileiro
precisa ser mais politizado”.
UOL
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