A polarização ideológica que atingiu o país nos últimos anos tem
levado a educação para o centro de uma batalha que começa a ter
contornos perigosos, na opinião de educadores. Iniciativas espelhadas no
movimento “Escola Sem Partido”, que prega o “fim da doutrinação” nas
escolas, têm se espalhado pelo Brasil e pressões conservadoras querem
levar a aprovação da Base Nacional Comum Curricular, um documento guia
para todas as escolas e que há um ano é discutido por especialistas,
para as mãos do Congresso, que em 2015 já conseguiu banir o termo
“gênero” do Plano Nacional de Educação, por considerar que a palavra se
referia a uma questão de ideologia.
Criado há 12 anos por um pai indignado com o professor de história da
filha, o Escola Sem Partido começou a ganhar um protagonismo maior no
ano passado. E, neste ano, entrou na lista de assuntos polêmicos quando o
controverso ator Alexandre Frota -conhecido por suas posições
extremistas contra a esquerda e por uma aparição na TV em que disse, em
um quadro humorístico, ter estuprado uma mulher- foi recebido ao lado de
manifestantes pró-impeachment do grupo Revoltados Online pelo ministro
interino da Educação, Mendonça Filho, para discutir, entre outras
coisas, o projeto, segundo eles.
Longe dos holofotes, entretanto, o movimento já ganhou bastante
espaço em muitas esferas políticas. Segundo o grupo Professores contra o
Escola Sem Partido, ao menos nove Estados, incluindo Rio de Janeiro e
São Paulo, além do Distrito Federal e de diversos municípios, discutem
projetos de lei aos moldes de um documento criado pelo movimento.
Escolas na pauta.
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