O ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e o ex-ministro do
Turismo Henrique Alves (PMDB-RN), antecessor de Cunha, tiveram de
renunciar recentemente ao cargo que ocupavam pelo mesmo motivo: os dois
são acusados de terem contas secretas no exterior. De acordo com a
denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República contra os dois
peemedebistas, obtida por VEJA,
Cunha e Alves, com “comunhão de desígnios e divisão de tarefas, no
Brasil e na Suíça”, “ocultaram e dissimularam a origem, a localização, a
disposição, a movimentação e a propriedade de valores provenientes
diretamente de diversos crimes de corrupção”.
Documentos enviados por autoridades suíças revelam que Henrique Alves
recebeu propina no exterior, a pedido de Cunha. Os recursos
considerados ilícitos foram pagos pela construtora Carioca Engenharia,
integrante do consórcio responsável pela execução da obra do Porto de
Maravilha, no Rio de Janeiro. Com a anuência do ex-presidente da Câmara,
o projeto recebeu 3,5 bilhões de reais do FI-FGTS, fundo administrado
pela Caixa que investe o dinheiro do trabalhador em obras de
infraestrutura. Em troca do benefício, a empreiteira transferiu dinheiro
para as contas bancárias de offshores. Uma delas, a Bellfield, sediada
em Cingapura, é ligada a Alves – e recebeu, no fim de 2011, 832 975
francos suíços, o correspondente a 1,6 milhões de reais, em valores da
época.
Eita.
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