O esquema de propina que envolve o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral (PMDB), preso nesta quinta-feira (17) pela Polícia Federal,
movimentou valores pagos por empreiteiras que atuaram na reforma do
Maracanã, na construção do Arco Metropolitano, no PAC (Programa de
Aceleração do Crescimento, do governo federal) das favelas e em contrato
de terraplanagem do Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro),
segundo as investigações.
Cabral, que exerceu dois mandatos à
frente do Executivo, ganhou uma espécie de "mesada mensal", de acordo
com o MPF (Ministério Público Federal), entre 2007 e 2014. Nesse
período, ele recebeu indevidamente mais de R$ 40 milhões somente das
empresas Andrade Gutierrez e Carioca Engenharia. Executivos das duas
empresas fecharam acordo de delação premiada na Operação Lava Jato.
De acordo com o procurador Lauro Coelho Júnior, o esquema foi
operacionalizado da seguinte forma: o Estado favorecia as empreiteiras
envolvidas, facilitando a criação de um cartel e fraudando licitações,
em troca de pagamentos mensais.
Além da "mesada", segundo o MPF,
Cabral ainda ficava com 5% dos valores dos contratos firmados entre
governo e empreiteiras. Outro 1% era destinado à Secretaria de Estado de
Obras e recebia o nome de "taxa de oxigênio" pelo grupo criminoso. No
total, estima a investigação, o desvio de recursos chegou a cerca de R$
222 milhões.
Cabral.
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