O juiz de Execuções Penais de Natal, Henrique Baltazar Vilar dos
Santos, revelou ao portalnoar.com.br um problema desumano que pode estar
acontecendo nos presídios potiguares. Mulheres estariam pagando com
sexo pelas dívidas de seus parceiros na prisão.
“Existem essas histórias de que mulheres dos presos estão se
prestando a serviços sexuais para quitar o que seus parceiros devem. É
algo que não tenho como comprovar, mas ouço relatos”, relatou o juiz.
Esta prática estaria ocorrendo dentro das unidades prisionais.
Conforme o depoimento de Henrique Baltazar, o crime acontece durante as
visitas íntimas nas prisões. As mulheres, conscientes da ‘obrigação’
imposta para que as vidas (dela e de seu parceiro) sejam preservadas,
procuram os ‘credores’ em lugar de seus parceiros, que deveriam
recebê-las.
“Eu até já comentei isso, anos atrás, e alguns presos ficaram
chateados. Mas tem que ficar claro que isso não acontece com todos, mas
que em algum caso ou outro, isso pode acontecer”, afirmou o magistrado.
Procurado, o secretário estadual de Justiça, Wallber Virgolino, confirma que também ouviu relatos sobre estes casos.
“Se ocorre, dificilmente vai se confirmar. A mulher não denunciaria
com medo de morrer. Eu já ouvi conversas sobre isso. Mas aqui na Sejuc
(Secretaria de Justiça) não se tem registros de casos”, contou
Virgolino.
De fato, de acordo com as informações colhidas pela reportagem junto à
Polícia Militar, não há boletins de ocorrências de casos como esses.
Isso comprova que, se existe o crime não é denunciado.
Como combater
O juiz Henrique Baltazar culpa o Estado. “Deveriam ter mecanismos
para evitar isso. A visita íntima é feita dentro dos pavilhões. As
visitas deveriam ser organizadas. Só deveriam ter acesso livre nestes
momentos quem realmente tem visitas”.
Para Wallber Virgolino, evitar este tipo de crime, “se ele realmente existir, é algo difícil”.
“Num presídio federal existem o que chamamos de motéis, que são salas
específicas para isso (visitas íntimas). Mas aqui no Estado não temos
essa estrutura. É até algo longe de nossa realidade. Câmera a gente não
pode botar numa visita íntima, evidentemente”, pontuou o secretário.
Ilustração.
Registe-se aqui com seu e-mail
ConversãoConversão EmoticonEmoticon