A jornalista Mara Luquet comenta economia no Globo News em Pauta, programa semanal levado ao ar às 20 horas.
Na edição desta sexta, 14, ela citou o caso de um empresário da
cidade de Mossoró, RN, sem ligações ou vínculos políticos, que com ela
havia conversado, acerca das dificuldades de acesso às obras da
Petrobras, na cidade e região.
O empresário mencionou à jornalista, que todas as oportunidades eram
pré-definidas e destinadas a um grupo privilegiado, que ela classificou
como decorrência da prática usual do “capitalismo de amigos”.
Mara Luquet não citou o nome do empresário, que se queixou de não poder crescer na sua empresa, pelas dificuldades encontradas.
Ela apenas exemplificou e deixou clara a sua posição, de que o
capitalismo brasileiro não incentiva ou apoia os verdadeiros
empreendedores, que usam a inovação e o trabalho como objetivo de sua
atividade.
Os negócios, isenções, juros diferenciados e incentivos que surgem
são pré-dirigidos e não prevalece a competência, criatividade, ou a lei
da oferta e da procura.
Regra geral, como mostram as feridas abertas da Lava Jato, os contratos públicos privilegiaram “patotas” organizadas, que previamente se revezavam no acesso às oportunidades, mesmo havendo aparentes licitações.
Quem não fosse do “grupo” ficaria à margem, analisou a jornalista Mara Luquet.
Opinião do blog – Realmente, a jornalista tem razão.
Infelizmente, a tão alardeada economia de “mercado” no país tem o vício de caracterizar um “capitalismo de amigos”, que impede o crescimento, sobretudo dos empreendedores jovens, sem “avais” tradicionais e descapitalizados.
Há, entretanto, um aspecto que merece análise.
A culpa não seria unicamente da classe empresarial.
Existia uma “regra” praticada pela grande maioria daqueles que detinham posições nos governos.
Essa regra era de que “ou acertava ($$$)” antes, ou não era possível sequer disputar as obras.
Configurava-se verdadeira chantagem do ocupante de função pública, em relação ao agente privado, que buscava negócios.
Diante de tais situações, os empresários eram obrigados a se “dobrar”
uma vez, duas vezes e, ao final, essa regra se tornou permanente nas
relações do público com o privado no país.
A Lava Jato mostra isso claramente.
Para quem tenha formação humanística e de justiça, a preocupação no
desfecho dos escândalos atuais, será aguardar que os Julgadores desses
casos possam analisar todos os ângulos das acusações e, ao final,
separar o joio do trigo, na hora de absolver, ou condenar.
Do blog de Ney Lopes
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