A profunda crise política do governo de
Michel Temer ganhou o comentário de um personagem que questiona a
própria existência do cargo de presidente da República.
Dom Luiz Gastão Maria José Pio Miguel
Gabriel Rafael Gonzaga de Orléans e Bragança e Wittelsbach, trineto do
imperador dom Pedro 2º e herdeiro do trono extinto em 1889, decidiu
romper o silêncio que afligia monarquistas brasileiros desde que vieram à
tona os áudios e delações da JBS.
Em nota divulgada nesta terça-feira
(23), dom Luiz, que assina como chefe da Casa Imperial do Brasil, diz
que a “família imperial está disposta a cooperar na busca das soluções
ponderadas que sejam uma saída para a crise que angustia os
brasileiros”.
Ele critica, porém, “soluções mágicas e imediatistas de salvadores da pátria”.
“O momento, carregado de muitas
incertezas, exige antes de tudo grande vigilância e argúcia, a fim de
não permitir que comoções momentâneas conduzam a nação para choques que
só interessam aos que buscam semear a discórdia e retalhar o Brasil,
inclusive em seu território.”
O aspirante a imperador não faz uma
defesa categórica da troca do regime republicano pela monarquia, embora
ressalte a existência de uma “crescente corrente monárquica espalhada
pelo Brasil” e que “muitos, inclusive, proclamaram sua convicção de que
um retorno às benéficas, equilibradas e moralizadas instituições da
monarquia seria o caminho de resgate da grandeza pátria”.
O aspirante a imperador não faz uma
defesa categórica da troca do regime republicano pela monarquia, embora
ressalte a existência de uma “crescente corrente monárquica espalhada
pelo Brasil” e que “muitos, inclusive, proclamaram sua convicção de que
um retorno às benéficas, equilibradas e moralizadas instituições da
monarquia seria o caminho de resgate da grandeza pátria”.
Os adeptos da restauração têm se empenhado em reunir apoios a uma proposta de referendo nesse sentido no Senado.
O tom anticomunista da nota, salpicada
ainda de referências ao cristianismo, é uma tradição dos Orléans e
Bragança que lideram as articulações em torno da ideia de recolocar à
família à frente do Estado brasileiro.
Nascido na França e vivendo no Brasil
desde a infância, dom Luiz tem, devido à saúde debilitada, deixado nos
últimos anos pronunciamentos, reuniões e viagens a cargo do irmão, dom
Bertrand, 76, ou dos sobrinhos jovens.
Dom Luiz de Orleans e Bragança.
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