Não foi só Brasília que sentiu os
efeitos das delações da JBS. Quatro governadores foram alvos de pedidos
de impeachment nos últimos dois dias, todos devido a citações nos
depoimentos dos sete executivos do grupo frigorífico que assinaram
acordo com a PGR (Procuradoria-Geral da República).
Foram eles: Camilo Santana (PT) no
Ceará; Reinaldo Azambuja (PSDB) no Mato Grosso do Sul; Ivo Sartori
(PMDB) no Rio Grande do Sul; Raimundo Colombo (PSD) em Santa Catarina.
Ceará
Nesta terça-feira, o líder da oposição
na Assembleia legislativa do Ceará, Capitão Wagner (PR), protocolou
pedido de impeachment do governador Camilo Santana. Ele ainda quer o
afastamento de dois secretários citados.
Na delação, os executivos da JBS afirmam
que o ex-governador Cid Gomes (PDT) teria solicitado doação de R$ 20
milhões para a campanha de Camilo em 2014. Para isso, teria liberado
créditos de ICMS para a empresa no valor de R$ 110 milhões.
Cid negou a acusação e disse que nunca
negociou propina e que a liberação dos valores nada tem a ver com
doações para campanha. Já Camilo defendeu Cid e afirmou que ele é uma
pessoa “séria e honrada” e que não acredita na captação irregular de
doações para sua campanha.
Santa Catarina
Também nesta terça-feira, vereadores de
Florianópolis da bancada do PSOL protocolaram um segundo pedido de
impeachment, desta vez por conta da delação da JBS que envolveu o nome
do governador Raimundo Colombo. No dia 27 de abril, eles já tinham
apresentado um pedido após denúncia feita de doação ilegal na delação da
Odebrecht.
Mato Grosso do Sul
Na assembleia do Mato Grosso do Sul,
três pedidos de impeachment foram protocolados em dois dias. O último
deles, protocolado pelo vereador de Campo Grande, Vinícius Siqueira
(DEM), é baseado na delação premiada da JBS.
Nesta terça-feira, a pedido do deputado
Pedro Kemp (PT), uma comissão especial foi criada para apurar a
“atribuição ao chefe do Executivo Estadual a concessão de benefícios
fiscais em troca de possível recebimento de propina, na quantia de R$
45.631.696,03, que caracteriza conduta atentatória a probidade
administrativa”. Agora, os líderes das bancadas partidárias irão indicar
os membros para apurar as denúncias.
Rio Grande do Sul
Ainda nessa segunda-feira, foi a vez de o
Sindicato dos Professores do Rio Grande do Sul protocolar pedido de
impeachment do governador Ivo Sartori. Ele foi acusado em delação pelo
executivo da JBS, Ricardo Saud, de ter recebido R$ 1,5 milhão de propina
para a campanha de 2014. O pedido teria sido feito pelo senador e então
candidato à Presidência, Aécio Neves (PSDB-MG).
Registe-se aqui com seu e-mail
ConversãoConversão EmoticonEmoticon