O Departamento de
Morfologia (DMOR) do Centro de Biociências (CB) da Universidade Federal
do Rio Grande do Norte (UFRN) e o Instituto Técnico e Científico de
Perícia (ITEP-RN) firmam parceria para doação de cadáveres não
reclamados oriundos de mortes não criminosas ou violentas. A portaria
de número 080/2017 do ITEP-RN dispõe de um protocolo referente a essas
doações via Instituto às instituições de Ensino.
De acordo com a portaria, o fato decorre
da necessidade da utilização de cadáveres nos cursos vinculados a área
da saúde, especificamente nas Escolas de Medicina das Instituições de
Ensino Superior, com fins de estudo ou pesquisa científica. Atualmente,
apenas a UFRN e a UERN encontram-se em acordo com a Lei federal
8.501/92, a qual deixa claro que os corpos com esse perfil devem ser
destinado apenas às escola de medicina.
Em reunião realizada no último dia 22 de
junho envolvendo a UFRN, a UERN e o ITEP firmaram termos de compromisso
para o encaminhamento dos corpos e assim viabilizar melhorias
significativas para o ensino na área médica. Segundo o Professor
Expedito Nascimento do Departamento de Morfologia da UFRN, a cada 50
cadáveres que chegam ao ITEP, um pode ser enquadrado com as
características de ensino. “Os corpos irão suprir a demanda do curso
médico na nossa instituição, não apenas em nível de graduação nos campus
de Natal e Caicó, como também para os cursos voltados para o
treinamento de cirurgiões de toda a região Nordeste”, diz o professor.
O diretor-geral do ITEP, Marcos Brandão,
ressalta que essa é uma forma de desafogar os espaços que esses corpos
não reconhecidos ocupam, assim como contribuir para a sociedade com a
doação deles para o ensino. “Aqui no ITEP temos corpos não reclamados em
grande volume, um inclusive que está aqui desde 2015, o que gera certo
problema para receber e analisar outros. Essa portaria que
estabelecemos, é crucial para formação de futuros profissionais da saúde
que hoje são estudantes das universidades a quem estamos contribuindo”.
Para o Professor Fausto Guzen, Diretor da
Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade Estadual do Rio Grande
do Norte (UERN), a parceria proporciona uma melhor qualificação dos
alunos. “Enfrentamos problemas todo o semestre com a falta de corpos
para o ensino. No semestre passado, tínhamos apenas um corpo para as
aulas, o que prejudicou bastante as disciplinas que necessitavam do
conhecimento anatômico. O aprendizado da anatomia do corpo humano é
crucial para a qualidade de formação do aluno e também para melhoria na
qualidade de ensino”.
A Universidade Federal do Rio Grande do
Norte é uma das poucas instituições de ensino superior do Brasil a
possuir um Programa de Doação Voluntária de Corpos. Para conhecer o
programa basta acessar o site:www.dmor.cb.ufrn.br/doacao
Cadáveres.
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