Veja: O presidente Michel Temer fez neste sábado uma visita à presidente do
Supremo Tribunal Federal, ministra Cármen Lúcia. O encontro, realizado
na casa da ministra, em Brasília, ocorre cinco dias depois de o ministro
do STF Luís Roberto Barroso determinar a quebra do sigilo bancário de
Temer no âmbito do inquérito que investiga irregularidades na elaboração
da Medida Provisória 595, conhecida como MP dos Portos — foi a primeira
vez que isso aconteceu com um presidente no exercício do mandato.
Temer também teria ficado incomodado com a decisão do ministro do STF
Edson Fachin, no início do mês, de ter autorizado a inclusão do seu
nome no rol de investigados em um inquérito que apura repasses da
Odebrecht ao MDB em 2014.
O episódio central da apuração se refere a um jantar feito no Palácio
do Jaburu — quando Temer era vice-presidente —, no qual teria sido
combinado um envio de 10 milhões de reais para campanhas eleitorais. No
ano passado, o então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, não
incluiu Temer no inquérito, porque entendeu que ele não poderia ser
investigado por crimes anteriores ao mandato. A nova PGR, Raquel Dodge,
no entanto, teve uma interpretação diferente e argumentou que ele
poderia ser investigado, mas não denunciado, o que foi atendido por
Fachin.
Além disso, a ministra também tem sido pressionada por colegas da
corte, advogados e políticos a colocar em pauta a possibilidade de
prisão a partir de condenação em segunda instância. Esse entendimento
foi formado em votação apertada, por 6 votos a 5, em outubro de 2016. E
voltou à tona agora com a proximidade do julgamento da última leva de
recursos do caso do tríplex no Guarujá (SP) pelo Tribunal Federal
Regional da 4ª Região. Se o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
receber uma decisão desfavorável, como vem tendo até agora, há a
possibilidade de ele ser preso.
Esse Temer é bom de meio de campo.
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