A Polícia
Federal (PF) deflagrou, nesta terça-feira (12), a segunda fase da
Operação Registro Espúrio para aprofundar investigações sobre suposta
organização criminosa que teria cometido fraudes na concessão de
registros de sindicatos pelo Ministério do Trabalho. O alvo desta fase
da operação é a deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ).
A partir do material apreendido na primeira fase da operação, a PF
chegou até a deputada. Em análise de conversas de WhatsApp do
funcionário do Ministério do Trabalho Renato Araujo Júnior, preso na
primeira fase, a PF descobriu que foi a deputada quem o indicou para o
cargo de chefia no ministério e quem controlava também a aprovação dos
registros sindicais. O G1 procurou a assessoria da deputada e aguarda resposta.
Esta fase da operação envolve três mandados de busca e apreensão em
Brasília e no Rio de Janeiro. Os mandados foram autorizados pelo Supremo
Tribunal Federal (STF). A Corte também autorizou medidas cautelares
como proibição de frequentar o Ministério do Trabalho e de manter
contato com os demais investigados ou servidores da pasta.
A primeira fase da Operação Registro Espúrio
foi deflagrada no dia 30 de maio e mirou os deputados federais Paulinho
da Força (SD-SP), Jovair Arantes (PTB-GO) e Wilson Filho (PTB-PB). Além
do presidente do PTB e pai de Cristiane Brasil, deputado cassado
Roberto Jefferson; o suplente de deputado Ademir Camilo Prates Rodrigues
(MDB-MG); e os senadores Dalírio Beber (PSDB-SC) e Cidinho Santos
(PR-MT), atualmente licenciado do mandato.
O suposto esquema
Segundo as investigações da Polícia Federal,
- os registros de entidades sindicais no ministério eram obtidos mediante pagamento de vantagens indevidas;
- não era respeitada a ordem de chegada dos pedidos ao ministério;
- a prioridade era dada a pedidos intermediados por políticos;
- a operação apontou um "loteamento" de cargos do Ministério do Trabalho entre os partidos PTB e Solidariedade.
A apuração começou há um ano, informou a PF, para investigação de
crimes de formação de organização criminosa, corrupção passiva e ativa e
lavagem de dinheiro.
De acordo com a PF, as investigações revelaram "um amplo esquema de
corrupção dentro da Secretaria de Relações de Trabalho do Ministério do
Trabalho, com suspeita de envolvimento de servidores públicos, lobistas,
advogados, dirigentes de centrais sindicais e parlamentares".
De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), o esquema de fraudes
nos registros sindicais funcionava em secretarias do Ministério do
Trabalho responsáveis pela análise de pedidos de registro.
As fraudes, de acordo com as investigações, incluíam desrespeito à
ordem cronológica dos requerimentos de registro sindical e
direcionamento dos resultados dos pedidos.
Pagamentos envolviam valores que, segundo a investigação, chegaram a R$
4 milhões pela liberação de um único registro sindical.
Filha de Roberto Jeferson.
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