O ex-segurança do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Itamar de
Oliveira, afirmou que cumpria ordens da ex-primeira-dama Marisa Letícia
em ‘serviços’ relacionados ao sítio Santa Bárbara, em Atibaia (SP). Ele
foi ouvido nesta quarta-feira, 13, como testemunha de defesa do
ex-assessor de Lula, Rogério Aurélio Pimentel.
Marisa Letícia morreu em fevereiro de 2017, vítima de um AVC.
Itamar diz ter trabalhado durante seis anos, desde 2005, inicialmente
como segurança e, depois, como assistente de ordem. Ele alega ter ido
‘três ou quatro vezes ou mais por semana’ ao sítio Santa Bárbara.
O ex-segurança afirma que, ao lado de Aurélio, se deslocava entre o
apartamento em São Bernardo do Campo e o sítio. “Dona Marisa determinava
o que era para eles fazer, passava para mim, e eu ia fazer o serviço”.
“Se não tivesse lá, a gente tinha que passar um pronto para ela.
Retornava para a residência e aí passava tudo o que ela pediu, o que foi
feito e o que não foi feito”, relatou.
O caso envolvendo o sítio representa a terceira denúncia contra Lula
no âmbito da Operação Lava Jato. Segundo a acusação, a Odebrecht, a OAS e
também a empreiteira Schahin, com o pecuarista José Carlos Bumlai,
gastaram R$ 1,02 milhão em obras de melhorias no sítio em troca de
contratos com a Petrobrás. A denúncia inclui ao todo 13 acusados, entre
eles executivos da empreiteira e aliados do ex-presidente, até seu
compadre, o advogado Roberto Teixeira.
O imóvel foi comprado no final de 2010, quando Lula deixava a
Presidência, e está registrado em nome de dois sócios dos filhos do
ex-presidente, Fernando Bittar – filho do amigo e ex-prefeito petista de
Campinas Jacó Bittar – e Jonas Suassuna. A Lava Jato sustenta que o
sítio é de Lula, que nega.
Vai levar outra cadeia o molusco.
Estadão Conteúdo
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