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* Imunidade de rebanho só seria atingida no Brasil com mais de 1 milhão de mortos, diz fundador da Anvisa.

Há quem diga que uma das formas de superar uma pandemia é atingir a “imunidade de rebanho”. A tese, contestada pela Ciência, diz que deixar a população se infectar livremente pode garantir a imunização do conjunto da sociedade. De acordo com o professor e médico sanitarista Gonzalo Vecina Neto, fundador e ex-presidente da Anvisa, a quantidade necessária de mortes para a imunidade coletiva no Brasil seria muito maior que os 411 mil óbitos que o Brasil já atingiu.

Por aqui, o maior defensor dessa ideia é o presidente Jair Messias Bolsonaro – e ele é acusado, entre outras coisas, de sabotar as medidas de enfrentamento da Covid-19, como o uso de máscaras e o distanciamento social. “Ele quer que a gente chegue à imunidade de rebanho acabando com os suscetíveis. Só que, para atingir isso, a estimativa é de 1,2 a 1,3 milhão de mortes”, afirma o professor.

Por isso, para Vecina, a culpa de o país ter chegado à situação caótica atual é do presidente. “Não tem conversa nessa questão. Veja: ele não quer que use máscara, não quer que faça isolamento social, não quer comprar vacina. Qual é a consequência? É o que ele queria: que morresse gente”.

Para o médico, no momento atual da pandemia, é preciso investir no combo vacina, máscara e distanciamento social. Nem quando a imunização dos grupos prioritários e dos adultos estiver concluída, o país estará livre da doença.

“Terminar a vacinação não é o mesmo que terminar a pandemia”, pontua. “Primeiro, tem de vacinar a população com menos de 18 anos – que são 50 a 60 milhões de pessoas. E tem também a questão das variantes: se começarem a surgir variantes muito diferentes, podemos ter uma ‘enésima’ onda.

Ex-fundador...

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