Quatro presos que estariam envolvidos no massacre do Centro de Recuperação Regional de Altamira, no sudoeste do Pará, foram mortos por sufocamento dentro do caminhão-cela na noite de terça-feira, 30, durante a transferência para Belém.
Segundo o secretário de Estado de Segurança Pública, Ualame Machado,
os presos estavam com algemas plásticas divididos em quatro celas. “Quem
está na boleia (do caminhão), dirigindo ou acompanhando, não consegue ouvir gritos na carroceria”, disse.
O caminhão, segundo Machado, tem um sistema de monitoramento por
câmeras, mas há falhas no sinal das imagens em alguns trechos sem
asfaltamento da estrada. As mortes foram à noite, no caminho entre as
cidades de Novo Repartimento e Marabá. A perícia concluiu que os presos foram mortos por asfixia mecânica.
Trinta presos estavam no veículo e todos haviam sido removidos de Altamira por suposta participação no ataque da facção Comando Classe A (CCA) contra rivais do Comando Vermelho (CV).
Conforme investigadores, os quatro mortos são da CCA. Dois – Dhenison
Ferreira e José Ítalo Meireles – tinham várias passagens por homicídios.
Os outros são Valdenildo Mendes e Werik Lima.
Para o delegado-geral Alberto Teixeira, não há dúvida de que os
detentos foram mortos dentro do caminhão. “Eles estavam com uma amarra
que, no conjunto de forças, é capaz de quebrar. Coisa que não se pode
prever, quando se tem um grupo que em tese não tem ambição de matar quem
quer que seja.”
Pelo menos 9 presos, que foram identificados com as algemas
quebradas, estão envolvidos no crime, segundo Teixeira. Os detentos
estão na seccional de Marabá e deverão ser submetidos a audiência de
custódia nesta quinta-feira, 1º.
Guerra na pauta.
ESTADÃO CONTEÚDO
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