O empresário Paulo Marinho, 68, foi um dos mais importantes e próximos apoiadores de Jair Bolsonaro na
campanha presidencial de 2018. Ele não apenas cedeu sua casa no Rio de
Janeiro para a estrutura de campanha do então deputado federal, que
ainda hoje chama de “capitão”, como foi candidato a suplente na chapa do
filho dele, Flávio Bolsonaro, que concorria ao Senado. Os dois foram eleitos.
Em dezembro daquele ano, com Jair Bolsonaro já vitorioso e prestes a
assumir o comando do país, Flávio procurou Paulo Marinho. Estava
“absolutamente transtornado”, segundo o empresário. Buscava a indicação
de um advogado criminal.
O escândalo de Fabrício Queiroz, funcionário de Flávio no seu gabinete de deputado estadual na Assembleia Legislativa do Rio, não saía das manchetes. Havia acusações de “rachadinhas” e de desvio de dinheiro público. O senador recém-eleito temia as consequências para o futuro governo do pai —e precisava se defender.
As revelações que Marinho diz ter ouvido do filho do presidente nesse
encontro são bombásticas: segundo ele, Flávio disse que soube com
antecedência que a Operação Furna da Onça, que atingiu
Queiroz, seria deflagrada.
Queiroz, seria deflagrada.
Foi avisado da existência dela entre
o primeiro e o segundo turnos das eleições, por um delegado da Polícia
Federal que era simpatizante da candidatura de Jair Bolsonaro.
Mais: os policiais teriam segurado a operação, então sigilosa, para
que ela não ocorresse no meio do segundo turno, prejudicando assim a
candidatura de Bolsonaro.
O delegado-informante teria aconselhado ainda Flávio a demitir Fabrício Queiroz e a filha dele, que trabalhava no gabinete de deputado federal de Jair Bolsonaro em Brasília.
Os dois, de fato, foram exonerados naquele período —mais precisamente, no dia 15 de outubro de 2018.
Queiroz estava sumido em dezembro. Mas, segundo Marinho, o senador
Flávio Bolsonaro mantinha interlocução indireta com ele por meio de um
advogado de seu gabinete.
Nesta entrevista, Marinho, que é pré-candidato a prefeito do Rio de Janeiro pelo PSDB, começa falando da cidade que pretende governar, dos planos para a campanha presidencial de João Doria em 2022 —e por fim detalha os encontros com Flávio Bolsonaro.
Segundo ele, as conversas podem “explicar” o interesse de Bolsonaro em controlar a Superintendência da Polícia Federal no Rio, causa primeira dos atritos que culminaram na saída de Sergio Moro do Ministério da Justiça.
Para ler a entrevista do empresário Paulo Marinho, é só clicar aqui: https://www1.folha.uol.com.br/poder/2020/05/pf-antecipou-a-flavio-bolsonaro-que-queiroz-seria-alvo-de-operacao-diz-suplente-do-senador.shtml
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