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* Sem provas, Bolsonaro associa vacina contra Covid a suspeitas de embolia e trombose.

O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a defender, na manhã deste sábado, o uso da hidroxicloroquina para o tratamento de Covid-19 — medicamento sem comprovação científica e descartados pelas autoridades sanitárias para o combate ao vírus. Durante cerimônia de declaração de guardas-marinha, no Rio de Janeiro, Bolsonaro colocou em dúvida a eficácia da vacinação como forma de prevenção contra a doença e, sem provas ou comprovação médica, o chefe do Executivo levantou suspeitas de que o deputado federal Hélio Lopes (PSL-RJ) estaria internado com embolia por efeitos da vacina. E ainda citou supostos casos de trombose após a imunização.

— Nós disponibilizamos 400 milhões de doses de vacina. Compradas a partir do momento em que foram disponibilizadas. Mente descaradamente quem diz que o governo federal não comprou a vacina no ano passado. Não tinha uma só dose a venda — disse: — Eu tomei hidroxicloroquina e se me contaminar de novo, tomo outra vez. Não só eu, milhares de pessoas fizeram a mesma coisa. Quem já tomou vacina pode se reinfectar? Pode. Respeito a autonomia do médico.

E acrescentou:

— O meu irmão Hélio Lopes está internado com embolia. Parece ser efeito da vacina. Vamos aguardar. Tem casos de trombose também.

Ele voltou a se posicionar contra o passaporte da vacinação e disse que "governadores autoritários" estão impondo medidas sanitárias para o controle da disseminação do vírus.

— Ômicron já está no Brasil. É uma realidade. Não temos como você falar: vamos bloquear os voos de tal país pra cá se não tiverem vacinados. Repito: Vacinado contrai o vírus? Vacinado transmite o vírus? No que depender de mim tinha só o PCR. É mais efetivo do que a vacina. A vacina não impede que se contamine e se transmita o vírus.

O presidente também atacou os integrantes da CPI da Covid, senadores Renan Calheiros (MDB-AL), Omar Aziz (PSD-AM) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP). E disse que "nenhum país no mundo" combateu tão bem a pandemia como o Brasil.

— Mente descaradamente quem fala que o governo não comprou vacina no ano passado. No ano passado, não tinha uma só dose a venda. A primeira dose foi aplicada em dezembro no Reino Unido. Quarenta, cinquenta dias depois começamos a aplciar a primeira dose aqui. Quem comprou todas as vacinas foi o governo federal. Ninguém no mundo fez um combate tão efetivo como nós.

Em meio a um novo surto da doença na Europa e a transmissão de uma nova variante do vírus, Bolsonaro voltou a defender o direito das pessoas de não se vacinarem: "Nós nunca proibimos ninguém de tomar vacina. Agora, a liberdade acima de tudo".

Bolsonaro participou de uma cerimônia de Declaração de Guardas-Marinha e entrega de espadas da turma Capitão-de-Fragata Luis Barroso Pereira, uma formatura de aspirantes da Marinha. O presidente estava acompanhado do governador do Rio de Janeiro Cláudio Castro e dos ministros Walter Braga Netto (Defesa), Bento Albuquerque (Minas e Energia) e Luiz Eduardo Ramos (Secretaria-Geral da Presidência).

Pior é quem apoia isso seu moço.
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