O Ministério Público Federal (MPF) denunciou nesta quarta-feira (14) o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a mulher dele, Marisa Letícia, e
mais seis pessoas no âmbito da Operação Lava Jato. O procurador Deltan
Dallagnol afirmou que provas do MPF indicam que Lula era o "comandante
máximo do esquema de corrupção identificado na Lava Jato".
Segundo o procurador, Lula recebeu R$ 3,7 milhões em propinas da OAS,
pagas de forma dissimulada, como a compra e reforma de um apartamento
triplex em Guarujá, no litoral de São Paulo, e custeio do armazenamento
de bens do ex-presidente. Dallagnol afirmou que há 14 conjuntos de
evidência contra o petista, que teria sido o "maior beneficiário do
esquema".
Pelo Facebook, Lula afirmou que desde janeiro deste ano tornou públicos documentos que "provam que ele não é dono de nenhum apartamento no Guarujá", nem "sequer dormiu uma noite" no local.
A denúncia do MPF diz que todo o mega esquema envolve o valor de R$ 6,2
bilhões em propina, gerando à Petrobras um prejuízo estimado em R$ 42
bilhões.
Veja quem foi denunciado
Luiz Inácio Lula da Silva - ex-presidente
Marisa Letícia - mulher de Lula
Léo Pinheiro - ex-presidente da OAS
Paulo Gordilho - arquiteto e ex-executivo da OAS
Paulo Okamotto - presidente do Instituto Lula
Agenor Franklin Magalhães Medeiros - ex-executivo da OAS
Fábio Hori Yonamine - ex-presidente da OAS Investimentos
Roberto Moreira Ferreira - ligado à OAS
A denúncia abrange três contratos da OAS com a Petrobras e o destino
dado a propinas pagas a Lula. Os crimes imputados aos denunciados são
corrupção ativa, passiva e lavagem de dinheiro. Caberá à Justiça decidir
se eles se tornarão réus.
'Propinocracia'
"O Petrolão era parte de um quadro muito maior", disse Dallagnol, afirmando tratar-se de uma "propinocracia", que seria um governo regido por propinas. Segundo ele, um cartel de empreiteiras conseguia contratos com a Petrobras e pagava valores indevidos a operadores financeiros, funcionários da estatal e políticos. "No centro do núcleo político está o senhor Lula."
Lula no centro.
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