Uma série de documentos assinados pela diretoria da Penitenciária
Estadual de Alcaçuz mostra que a Secretaria de Justiça e Cidadania havia
sido informada sobre “o risco iminente de uma rebelião” na maior
penitenciária do Rio Grande do Norte. Alcaçuz foi palco de uma matança que deixou pelo menos 26 detentos mortos
entre os dias 14 e 15 de janeiro. A direção da unidade alertou a Sejuc
sobre os riscos de uma fuga em massa, rivalidade entre facções,
invasões, mortes e a presença de explosivos e armas de fogo. “Queremos
evitar um caos”, diz um dos documentos.
As documentações estão anexadas à sindicância, relativa à Alcaçuz, que
apurou o que houve no dia 14 de janeiro deste ano, data de início da
maior rebelião do sistema prisional do RN. “Fatores como o baixo efetivo
de agentes penitenciários de plantão, superlotação carcerária e a
infraestrutura completamente comprometida da Unidade Prisional
possibilitaram o evento danoso”, afirma o documento.
Em quase todos os memorandos que enviou à Coape, a direção a
Penitenciária de Alcaçuz reforçou a briga entre as facções e a
possibilidade de um descontrole, além de apontar as falhas estruturais.
Um dos memorandos, datado de setembro de 2016, relatava o “clima de
insegurança e instabilidade da ordem interna desse estabelecimento
penal”.
Três dias antes do massacre, o memorando de número 014/2017 cujo o
assunto era “Solicitação de reforço e volta a alertar para ameaças de
invasão, com riscos de mortes” contava sobre falta de armamento dos
agentes. A direção dizia só ter 35 munições de pistola ponto 40, além de
precisar de unidades das próprias pistolas.
Que coisa.
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