O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu ao Supremo
Tribunal Federal (STF) a abertura de inquérito para investigar o
governador do Rio Grande do Norte, Robinson Faria (PSD), e o deputado
federal Fábio Faria (PSD-RN) com base nas delações de executivos da JBS.
Apresentado na semana passada por Janot, o pedido só foi tornado público no sistema do Supremo nesta quarta-feira (5).
O G1 buscava contato com as assessorias de Robinson e Fábio Faria até a última atualização desta reportagem.
Ao STF, Rodrigo Janot também pediu que o caso seja sorteado para um
novo relator, por não ter relação com as investigações da Lava Jato. As
delações da JBS estão sob a relatoria do ministro Edson Fachin.
O pedido da PGR
Segundo o pedido enviado ao STF, o executivo da J&F (grupo que
controla a JBS) Ricardo Saud afirmou que Fábio Faria e Robinson Faria
receberam doações não declaradas à Justiça Eleitoral.
O delator disse que a J&F repassou R$ 10 milhões, sob a condição
de ser privatizada a Companhia de Água e Esgoto do Estado do Rio Grande
do Norte, “dando conhecimento prévio do edital a empresa para que
pudessem alterá-lo a seu favor, a fim de obter vantagens competitivas em
detrimento ao mercado”.
Janot destacou que, apesar de ter havido o pagamento, a contrapartida
não foi efetivada porque a empresa perdeu o interesse no projeto.
Conforme o procurador, há suspeitas de caixa dois (não declaração de valores) e corrupção passiva.
Janot pede coleta de dados sobre prestação de contas; depoimentos
sobre os repasses de dinheiro a Fábio Faria no supermercado e em relação
às notas emitidas; além dos depoimentos de Fábio Faria e Robinson
Faria.
Pai e filho unidos até nas denuncias.
Registe-se aqui com seu e-mail
ConversãoConversão EmoticonEmoticon