O deputado Francisco Floriano (DEM-RJ) levou a mulher, uma irmã e um
filho do traficante Márcio dos Santos Nepomuceno, o Marcinho VP, chefe
do Comando Vermelho, para uma audiência com o ministro da Justiça,
Torquato Jardim, em julho deste ano. Também foram com o deputado esposas
de outros dois criminosos. A comitiva foi pedir ao ministro que
revogasse a proibição de visitas íntimas nos presídios federais de
segurança máxima, decretada dois meses antes pelo governo federal.
Francisco Floriano admitiu, em entrevista ao jornal O Globo, que organizou a visita.
Na quinta-feira (02), o colunista Ancelmo Góis publicou que Torquato
havia se queixado da situação durante uma conversa com dirigentes da
Federação da Indústria do Estado do Rio de Janeiro (Firjan). “Estive com
ele [o ministro], reivindiquei e reivindicaria de novo. É um direito de
cada cidadão”, disse o deputado.
Francisco Floriano confirmou que levou Márcia Gama dos Santos e
Silvana Santos da Silva, esposa e irmã de Marcinho VP, até o ministro
porque as mulheres dos presos não estavam conseguindo fazer visitas
íntimas aos seus maridos. Ele disse que não se lembra do nome das outras
duas mulheres, nem de seus respectivos maridos presos, que também
participaram da audiência com Torquato Jardim. Considerado de alta
periculosidade, Marcinho VP está preso em Mossoró.
O deputado disse que os pedidos para a audiência com o ministro da
Justiça chegaram até ele por meio de pessoas da Igreja Assembleia de
Deus dos Últimos Dias que têm parentes presos no sistema federal.
Francisco Floriano foi um dos fundadores da Igreja Universal do Reino de
Deus e atualmente é pastor da Igreja Mundial do Poder de Deus, do bispo
Valdemiro Santiago. Segundo o parlamentar, o encontro não passou de
quatro minutos e as mulheres foram orientadas pelo ministro a procurar
uma solução na Justiça, e não com ele.
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